Não me lembro direito o que tinha ido fazer na cidade, mas sei que teria que voltar com meu irmão, que estava fazendo inglês. Seu professor, que por coincidência dava aula para mim também, chamou-me para assistir à aula. Aceitei.
Começou a chover torrencialmente, mas não tinha jeito, assim que acabasse a aula teríamos que pegar aquele ônibus. Do contrário, esperaríamos mais uma hora e pouco para o outro chegar.
A primeira bondade do dia surgira. O professor, de bom coração que possui, emprestou-nos seu guarda-chuva. Não se importou caso se molhasse ao ir pra casa, apenas nos deu o objeto protetor.
Saímos correndo para pegar o ônibus mas, no caminho, surgiu uma ideia: pagar um táxi. Era isso, essa era a solução: um táxi.
Como de costume, encontramos as meninas que moram aqui em casa, por serem filhas dos caseiros, e lhes oferecemos carona, sem ter que pagar, é claro. Uma nem se manifestou, por não ter escutado, acredito. A outra disse que de modo algum aceitaria, que não precisava, iria de ônibus mesmo. Devido ao que a garota nos disse resolvemos ir de ônibus mesmo. Desistimos do táxi. Ela tinha razão, pra que gastar dinheiro à-toa? Não bastava o ônibus que, agora, estava em ótimas condições?
Durante o caminho, como de costume, apreciava as paisagens, o que de carro nunca o fiz. Lá estava eu, na quietude do momento, apreciando o verde quando, de repente, senti alguém me cutucando e dizendo:
- Olha lá, Ju! Olha, olha!
Sim, meus caros, era ela, a menina, aos beijos com um menino. Não me importei com o fato de ela estar "ficando" com outro menino, mas percebi o porquê da recusa de carona.
É, eu pensando que ela estava recusando o 'luxo', a mordomia, mas não, apenas dizia não porque já tinha planos.
Comecei a rir. Fôra tão inocente que tinha que rir. Agora teria que subir aqueles morros... Mas tudo bem, não me importava. Pelo menos tinha dado boas gargalhadas...