sábado, 12 de outubro de 2013

"Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos"

Relacionamentos cada vez mais superficiais estão crescendo exponencialmente. Como os produtos, as pessoas estão também se tornando descartáveis. É a típica fala: "Por que se chatear com o fim de um relacionamento? Existem mais 7 bilhões de pessoas no mundo!" Oras, se chatear porque você estava com aquela pessoa específica por algum motivo, e ela é única. Se não deu certo, o fim desse relacionamento precisa ser aceito, mas justamente porque NÃO DEU CERTO, não porque aquela pessoa era uma qualquer, descartável, etc... Dizer que existem mais 7 bilhões de pessoas no mundo, além de ser ofensivo, não adianta de nada, já que é raro encontrar alguém que passou por uma desilusão e está aberto ao amor novamente. Tornou-se ordinário temer o amor. Qual seria a razão para isto? Nossa cultura ocidental dissemina o amor romântico, aquele vinculado ao romantismo e ao sofrimento (Shakespeare!). Ele está em todo lugar, dos filmes da Disney que você assistiu em VHS até as propagandas de margarina. Receita pra uma vida amorosa feliz segundo os contos de fadas: - um príncipe encantado - uma bela e submissa dama - 3 xícaras de chá de idealização - uma colher de sopa de drama - uma pitada de sofrimento por amor Tá ok, muitas pessoas já perceberam que os filmes da Disney que assistiam em VHS não foram uma boa influência para aquele romance da adolescência que durou meses e te fez prometer que não se apaixonaria (e, principalmente, não amaria) nunca mais. Don't get me wrong, I'm very romantic and love romance. But it is the reason so many people give up on love. Como alternativa ao irreal romantismo, existe o construtivismo, segundo o qual o amor não se baseia meramente num encontro de duas pessoas que pode dar certo ou não. Nesse caso, o amor é construído pelas pessoas, que vivem juntas um grande aprendizado. A frase do título é de Bertrand Russell, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1950. Além de excelente escritor, era um filósofo, pensador, matemático e, o ponto que interessa no momento, teve a capacidade de por em palavras um pensamento que tem rondado minha mente. Eu já temi o amor. Penso que todos que passaram por uma desilusão amorosa também. Demorei para perceber mas entendi que um coração partido pode se cicatrizar e voltar a cumprir sua função se nos permitirmos amar novamente. "Um relacionamento nunca deve ser a justificativa para uma frustração, e sim uma plataforma para o crescimento de duas pessoas que se amam, se apoiam e se incentivam". Todo esse discurso é muito bonito, mas por que vale a pena ter um compromisso (de afeto, antes de qualquer outro tipo) e sentir aquela sensação de fragilidade e dependência? Realmente não é fácil, mas quem já amou sabe que quando se está com a pessoa amada, nossas dúvidas, angústias e tristezas a respeito da vida momentaneamente desaparecem...pois se tornam insignificantes perante o amor compartilhado. Aquela crise existencial (por que existimos?) também deixa de ser importante. Lembre-se: se amar não fosse bom, não seria tão difícil terminar um relacionamento...e não deixe o medo te impedir de viver plenamente!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Você costumava me contar as coisas de um jeito diferente

O mundo é esquecido. Digo, ele se esquece facilmente. Queria poder tocar o que eu não sou mais, ouvir o que meu corpo me dizia naqueles instantes. Mas estarei eternamente presa no instante que me faz agora. Não que aquele seja um passado, já que essa coisa de passado ou futuro não existe. Aquele instante ainda é o que eu sou hoje, só não posso mais senti-lo. Todo esse preenchimento eterno do agora, não me satisfaz. Devo esperar para que um novo agora me faça melhor? E existe isso de novo agora? Só existe o agora. Esse agora que me detém, que me esvazia, que me sufoca na ânsia de perdê-lo. Porque não queremos nos esquecer? Queremos sempre respirar novamente os mesmos detalhes derradeiros. E isso me entristece. Quero levar todos meus agoras comigo, sem dissipar suas fragrâncias e, se tivesse todos eles comigo, não seria nada pois todos eles se esgotariam. A natureza é corrosiva. Minha existência dói, e se não doesse, eu não existiria.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Como uma Fenix, renasci

Ontem resolvi me desligar de todas as redes sociais. Um momento de crise existencial me atacou e eu precisava respirar. Exclui o whatsapp, achei que tinha desativado o Facebook e meu dia, pela primeira vez em muito tempo, foi calmo e tranquilo. Voltando da faculdade hoje, lembrei-me do que uma colega de trabalho me disse outrora: Sinto falta de comer aquela pipoca da faculdade! É uma frase tão idiota, mas que me deu um 'clic'. Vivemos enfurnados nas redes sociais e não paramos para experimentar sensações diferentes porque estamos acostumados com aquela mesma vidinha de sempre. E então quando aparece aquela pessoa que rompe com todas as barreiras, não está nem aí pros padrões, vive a vida intensamente ela é recriminada. Há um tempo atrás disse para uma amiga que tem muito medo de experimentar coisas novas: Hey, dane-se o que os outros pensam! Você pode, você é uma pessoa genial. Sou filha de um advogado super famoso na região e não é por isso que vou deixar de viver minha vida. Sei que muitos tomam conta da minha vida, mas não estou nem aí. Pelo menos um dia poderei dizer que realmente vivi, que cheguei nesse mundo e fiz tudo o que tinha vontade, e com isso criei experiências. Se você tem vontade, faça, se não vai morrer - literalmente- sem saber como teria sido se você tentasse. E aquilo vai te consumir, e não adianta dizer que não vai, porque vai. Então pare de pensar nas consequências e faça. Se for te fazer feliz, mesmo que por alguns segundos, faça. A gente tem que se arriscar, afinal " no pain, no gain." Basicamente, este foi meu discurso. E hoje eu percebi que não estava seguindo as minhas próprias palavras. Pela primeira vez na vida comecei a me preocupar com alguns palpites idiotas, com algumas opiniões inúteis. Sou uma pessoa sincera, e vivo sempre, sempre com o coração, nunca com a razão, porque acredito que o sentimento é algo muito mais forte do que a lógica e pode resolver problemas que esta, por sua vez, não consegue. E é por isso que hoje, depois de muito pensar e avaliar, eu renasci. Renasci das cinzas e espero que dessa vez seja sem interrupções.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Nos trilhos dos instantes

As coisas que aconteceram com a gente ano passado embaçam tudo aquilo que aconteceu antes e durante. Mas por que me apego tanto a ele? Foi vivido para que pudéssemos estar onde estamos agora e, mesmo não estando feliz, não há nada que pudesse ter feito para que estivesse. O ano passado de vocês não foi o mesmo que o meu, óbvio. Existe alguma coisa de irrecuperável, de intensidade marcante que me faz querer tudo de novo e de novo. Como uma montanha russa frágil que só se pode andar uma vez. Depois de sair do carrinho ela quebra. Estou tentando juntar os pedaços até agora. Olhando pra minha vida, existiram outros anos passados como esse. Existiram temporadas de anos passados muito bons, mas nenhum foi essa montanha russa frágil, essa máquina alucinada de nostalgia. E eu que o ignorei tantas vezes até agora, o fiz querendo valorizar meu ano novo. Não consigo mais. Vocês são os únicos pedaços aproveitáveis que eu tenho dos destroços. Por favor não quebrem. Por favor, posso fazer o que for para que fiquem limpos, fortes, conservados. Só preciso de um pouco mais de vocês. Ou de um ano novo.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pilares da sua ponte

As pessoas que você quer existem. Elas estão por aí. Você nem sempre vai encontrá-las, mas é loucura pensar o contrário. E essas pessoas têm pessoas, sempre tiveram, sempre terão. Não acredite que você será a mais importante delas e nem mesmo queira isso, você na grande maior parte das vezes não será, e se dê por satisfeito, afinal de contas, você as encontrou, as conheceu, e por mais que depois disso pareça que foi simples, não foi. Milhares, sim, milhares de coisas aconteceram no momento certo para que você pudesse entrar na vida delas do modo que entrou. Agradeça por isso. Se elas partiram depois de um tempo, não se desespere. Um dia você também vai partir da vida de outras e isso também não vai ser fácil para elas. Existe um motivo por trás das partidas, por mais confusos que sejam às vezes. Não desista de partir e muito menos de chegar. Lembre-se sempre: elas existem.

domingo, 31 de março de 2013

Entendimento

O colar com o pingente de coração não mais estava em seu peito, o círculo, representante do infinito, também havia ido embora para as profundezas. E a foto, que mostrava a beleza do momento não mais se encontrava em sua parede. Mas ela estava em paz, já era a segunda vez que isso tinha acontecido. E dessa vez ela tinha entendido.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Cadeia elementar

Você sabe pra quê. Você tem discursos completos pra explicar e. Eu tenho esse embrulho no estômago de noite quando eu percebo tudo o que eu não fui. O que é que tem não corresponder à nenhuma expectativa. O que você ganha sendo o melhor? A gente fica nessa corrida pra saber quem chega lá e esquecemos de ficar por aqui antes de pensar adiante. Por que você escolhe isso? Por que não escolheu aquilo? Por que não? Aliás, o mundo seria um lugar melhor se as pessoas tentassem ser melhores uma com as outras ao invés de tentarem se sobrepôr. Eu é que não quero me dedicar para entrar no mercado de competições. Os melhores na frente e os bonzinhos que se fodam. Eu quero estar aqui. Eu quero ser isso e não tentar ser aquilo. O que é que eu tenho que melhorar? Eu sou tão ruim assim? Por que eu continuo me desaprovando e reprovando todo mundo? Pra mim ninguém é bom o bastante porque ninguém precisa ser bom o bastante. Somos só esse monte de carne pensante achando ser melhor do que o resto da natureza. Se quer saber um golfinho raciocina melhor do que você. E eu nem quero mais discutir sobre isso porque no final a gente precisa ser melhor pra conseguir comida. Não ter que mamar nas costas dos outros. Não é assim no mundo lá fora? A seleção não é natural?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Por me fazer lembrar

Já te escrevi muitas dores. Confesso que quanto aos amores, fiquei devendo. Tá na hora de compensar. Esqueci a vontade de escrever depois que tudo se satisfez tanto. Essa junção gostosa de amor amigo, de irmãos pegando fogo, matou um pouco do pacote de espirros que fica guardado nos dedos. Esses dedos que já disseram tanto sobre: Nós. Eu dificilmente poderia explicar o quanto essa palavra me refresca. Só não posso estragar os bons momentos em descrições que virariam carne de vaca aos olhos dos outros. Penso que não há nada como estar com você. Obviamente, o estar é sempre diferente. Essa diferença é o que torna importante ou desimportante. E diferentemente das outras estadias, a sua é a que mais importa. Na alma mesmo, na pele. Menosprezo o resto mesmo. Ninguém me acalma e me inquieta como você, e todas as baboseiras de romances que um dia eu tive pra idealizar não chegaram perto da realidade do nosso caso complicado. Simplesmente porque te amar foi fácil, natural e incontrolável. Apesar dos pesares. E talvez os calos que ficaram é que fizeram com que fôssemos mais fortes. É o que eu espero. Que haja força, e que essa força nasça tão naturalmente como nasce a fraqueza da insegurança que nos envolve. Me entreguei do mesmo jeito que me entrego a um cobertor felpudo no inverno. Se o verão chegar, ligo um ar-condicionado.