quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nomes

            Normalmente, quando não sabemos o significado de algo ou queremos saber mais sobre alguma coisa, 'jogamos' a palavra ou assunto no Google. O problema é quando você coloca a mesma palavra várias vezes; o que acontece comigo, que coloco o meu nome no 'blank' de lá sempre...
            A pergunta "quem sou eu?"- mesmo com meu ser tentando livrar-se dela-, incansavelmente , volta à minha mente.
            "Ah, não se preocupe, com o passar dos anos você descobre!"; "Busque seu interior, só assim você saberá quem é!"; ou até "Diga-me com quem anda que lhe direi quem você é", são típicas frases clichês que servem para esconder o fato de alguém descobrir que é ninguém.
            Não importa ser alguém. Sempre buscamos além. Queremos ser reconhecidos, prestigiados pelo que fazemos. A ideia de ter o próprio nome no Google, estampado com todos os feitos de sua vida, é inútil e pode até parecer coisa de criança, mas, acredito eu, demonstra o que uma pessoa representa: fracasso ou sucesso.
           É nele que a gente sempre descobre atitudes por trás daqueles nomes.
           Talvez pelo fato de sempre querer ser alguém importante que eu coloque meu nome lá e aperte Enter. Ou então apenas porque queira descobrir o que este nome, dentre tantos outros, representa. 
           Só sei que, até descobrir, continuarei usando esse buscador. Afinal, é para isso que ele serve, não é? 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Escolhas...

              Não me lembro direito o que tinha ido fazer na cidade, mas sei que teria que voltar com meu irmão, que estava fazendo inglês. Seu professor, que por coincidência dava aula para mim também, chamou-me para assistir à aula. Aceitei.
              Começou a chover torrencialmente, mas não tinha jeito, assim que acabasse a aula teríamos que pegar aquele ônibus. Do contrário, esperaríamos mais uma hora e pouco para o outro chegar.
              A primeira bondade do dia surgira. O professor, de bom coração que possui, emprestou-nos seu guarda-chuva. Não se importou caso se molhasse ao ir pra casa, apenas nos deu o objeto protetor. 
              Saímos correndo para pegar o ônibus mas, no caminho, surgiu uma ideia: pagar um táxi. Era isso, essa era a solução: um táxi. 
              Como de costume, encontramos as meninas que moram aqui em casa, por serem filhas dos caseiros, e lhes oferecemos carona, sem ter que pagar, é claro. Uma nem se manifestou, por não ter escutado, acredito. A outra disse que de modo algum aceitaria, que não precisava, iria de ônibus mesmo. Devido ao que a garota nos disse resolvemos ir de ônibus mesmo. Desistimos do táxi. Ela tinha razão, pra que gastar dinheiro à-toa? Não bastava o ônibus que, agora, estava em ótimas condições? 
              Durante o caminho, como de costume, apreciava as paisagens, o que de carro nunca o fiz. Lá estava eu, na quietude do momento, apreciando o verde quando, de repente, senti alguém me cutucando e dizendo:
              - Olha lá, Ju! Olha, olha! 
              Sim, meus caros, era ela, a menina, aos beijos com um menino. Não me importei com o fato de ela estar "ficando" com outro menino, mas percebi o porquê da recusa de carona.
              É, eu pensando que ela estava recusando o 'luxo', a mordomia, mas não, apenas dizia não porque já tinha planos.
              Comecei a rir. Fôra tão inocente que tinha que rir. Agora teria que subir aqueles morros... Mas tudo bem, não me importava. Pelo menos tinha dado boas gargalhadas...