quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Enem

Faz muito tempo que não escrevo neste blog...talvez por falta de tempo, de inspiração ou de vontade. Mas agora preciso desabafar e vocês são meus interlocutores.
As lágrimas que escorrem em meu rosto neste momento são apenas um símbolo de minha dedicação e vontade de estudar Engenharia. Tanta força de vontade não se vê por aí, em qualquer lugar... E o Enem só está tentando matar tudo isso em mim.
Quem conviveu comigo nos últimos meses conhece muito bem minha vontade de ir para a Ufscar, cujo único método de ingresso é o Exame Nacional de Ensino Médio desde 2010. Mas me dedico nos estudos desde muito antes de saber o que queria cursar na faculdade... Sempre gostei de acumular conhecimentos de diversas áreas para tentar entender um pouco melhor sobre esse mundo louco em que vivemos...e é tudo muito interessante. A escola não me saciou e já fiz aulas de japonês, piano, francês, inglês, teoria musical, coral, teatro...fora os cursos de que não me lembro, porque minha memória costuma ser falha para lembranças como estas.
E, depois de não ser convocada para a segunda fase da Fuvest por ter conseguido 63 acertos (nota de corte para a Poli) já que uma das questões que acertei foi anulada, não ter sido convocada também pela Unicamp mesmo com 42 acertos de 48 (meu desempenho foi, no mínimo, péssimo em redação), outra bomba caiu sobre meu sonho: a nota do Enem. Tudo isso três dias em seguida, para ajudar. Fiquei chocada com as notas da parte objetiva da prova (testes) até que um amigo me explicou o sistema de correção das provas, TRI, que é extremamente simples e complexo (simultaneamente!). Mas a redação continua uma incógnita para mim.
Meu negócio deveria ser fazer contas apenas, já que gosto muito de exatas, mas como não gosto de ser uma pessoa limitada e admiro os valores renascentistas, também aprendi a escrever. Por isso não entendo minha nota em redação, que foi de 580 pontos. Sim, não tirei zero como muitas pessoas, mas essa nota acaba com meu sonho, pois a Ufscar é BEM concorrida. E, nessa "ditadura" não é concedida revisão de provas ou qualquer coisa do tipo. Entrar com uma ação judicial? É o que eu quero, mas as inscrições para o SISU começam dia 07 de janeiro e estamos em época de festas (pelo menos vocês devem estar). Precisava de um milagre, mas quero entrar nessa briga nem que seja para ajudar os estudantes do futuro que tiverem que fazer a prova do Enem. Aprendi que tem horas em que é preciso ser revoltada sim e lutar por meus direitos.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Abre áspas

(Publicado em 7 de Fevereiro de 2011 - Republicado em 29 de Julho)


"Eu sei que supostamente deveríamos agradecer pelo o que a gente tem, pelas coisas boas da nossa vida e tals, mas eu vou abrir espaço aqui para desejar tudo o que eu mais quero agora. E que se danem os agradecimentos.

Eu quero um dia daqueles que a gente nunca esquece. Eu quero um melhor dia da minha vida. Eu quero fazer a minha barriga doer de tanta risada, quero me sentir completamente bem comigo mesma e com as pessoas. Eu quero ser admirada. Eu quero mudar para uma casa que dê uma vista bonita para a janela do meu quarto, uma melhor do que esse muro branco encardido horroroso. Eu quero ser conquistada, eu não quero conquistar. Eu quero jogar cartas com pessoas bem dispostas, bons perdedores e bons ganhadores, gente engraçada, de bem com o cosmos. Quero viajar, conhecer gente novaQuero fazer caridade e me sentir útil. Quero ser ridiculamente alegre, sem me arrepender, sem me preocupar. Quero pular em um pula-pula. Quero estar rodeada de gente que sabe se divertir. Não quero me sentir sozinha. Quero me livrar de autojulgamentos desnecessários. Eu quero sair do meu quarto, conhecer lugares. Eu quero poder fingir não ser eu mesma pelo menos por um dia. Eu quero ser o meu melhor. Eu quero ser ilimitada."


Os que provavelmente serão riscados em um período bem próximo:

- " mudar para uma casa que dê uma vista bonita para a janela do meu quarto";
- "ser conquistada";
- "viajar";
- "pular em um pula-pula";
- "sair do meu quarto, conhecer lugares"


Nada como riscar a lista dos desejos. 

Como passar de fase? Me ensinem a jogar vídeo-game. Desaprendi.

Apenas se soubesse o que vem depois.
Sentindo um certo peso, como se vários acontecimentos estivessem na fila para ocorrerem. Bem atrás de mim, empurrando. E ainda assim há uma certa resistência. Algo atrapalhando a passagem. 
Apenas se soubesse como tirar isso do caminho.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Um furo, uma dependência


Eu só não quero voltar. Quero muito continuar de onde estava. Parar com tudo aquilo.
Impressionante como eu deixo outra pessoa me fazer por completo desse jeito. Dá nitidamente para sentir o total descontrole que eu tenho sobre mim mesma. Apesar de sempre ter achado o contrário.
E enquanto continuar assim, permanece essa sensação de espera, de achar que somente algo vindo de fora pode mudar alguma coisa aqui dentro.
O que o tempo faz quando alguma coisa boa acontece e logo acaba. A energia do momento termina tão rápido, como se fosse uma bateria, que deve ser recarregada várias e várias vezes, eternamente.

Preciso de alguém que consiga ser completamente verdadeiro comigo, sem machucar como eu mesma faço. Que consiga desviar minha atenção para outra coisa, me fazer esquecer daquelas desgraças que eu vivo procurando por dentro e por fora. Alguém que me faça recordar aquilo tudo que eu perdi. Aquela sensação boa de confiar muito e estar junto, mais nada.


Murcha. Me sentindo esvaziada como um grande pula-pula colorido jogado no chão antes de ser enchido com todo aquele ar que o deixa tão pulável, tão vivo. Um pula-pula furado, porque não importa o quanto continue me enchendo de vida, ela continua transbordando e eu preciso de algo que continue soprando o tempo todo, sem cessar.
O que fazer agora? Continuar no positivismo?
Quero tanto me encher desse ar, até quase explodir.
É tão cansativo, entediante. A maior parte da vida é.



                                                                                                         

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Rebobinar

Sabe quando você se agarra firme a alguma coisa e não consegue mais se soltar?
Pois é. De uns tempos pra cá é assim que tenho me sentido e o que mais anseio é liberdade.
É estranho. Eu me sinto aprisionada, e não leve, como deveria estar. Pior são as "surpresas" que vão chegando, pra me alegrar ainda mais.
Só quero achar o caminho de volta, o botão que volta pro primeiro capítulo, quando tudo era normal e feliz.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Brigadeiro com chuva

Ela estava inteiramente lá, ocupando seu pequeno espaço de forma absoluta. Queria fazê-la parar aquele oceano de águas azuis e claras que despencavam daqueles olhinhos, sem cessar.
Tudo por causa daquele ursinho imbecil em que, de forma cruel (admitiu consigo mesma), jogou aquele baldinho de tinta cintilante.
Pobre criança, sabia que não tinha culpa, mas sua cabeça também ainda infantil, porém um pouco mais madura do que aquela que, para ela, havia invadido seu castelo, acreditava piamente que aqueles caichinhos saltitantes tinham chegado para tomar o seu lugar, mesmo que de forma involuntária.
Tinha cores que lhe lembravam doces de dia das bruxas, e umas orelhas bem redondas, fáceis e macias de pegar. Na época, sua diversão era ameaçar jogá-lo pela janela e fazê-la espernear com a agonia de pensar em ficar sem aquela criatura bizarra que era aquele bicho.
Naquele exato momento, se sentiu uma péssima irmã, tentando desculpar-se em vão. Achava aquilo muito exagerado, todo aquele berreiro, e ela lhe perguntava com uma vozinha enjoativamente doce, por que havia feito aquilo.
Desistiu de tentar acalmar aquela criatura insana, percebendo que deveria deixá-la viver sua tristeza. Toda aquele sentimento concentrado em algo tão superficial, só podia ser porque naquela idadezinha, não se acredita ou pensa em um futuro feliz ou futuro algum.
Ao nascer do Sol, tudo estava claro e limpo, e as duas se lambuzavam com amora, sentadas na grama com seus vestidinhos de poás coloridas, enquanto riam ao brincar com o cachorro.


(Texto escrito em 04/09/08)

Previsão

Sonhava profundamente. Respiração leve, o ar entrava devagar pelos pulmões e saía como se o tempo não existisse.
As ruas estavam vazias, pacatas. O vento batia nas janelas das moradias de quando em quando, fazendo um barulho estridente. Afonso saíra de casa sozinho, as mãos geladas, os óculos escorregando pelo nariz. O céu estava cinza, e a cor se agarrou a seu rosto de modo que ao olhar de relance para o espelho, assustou-se. Seus joelhos bambeavam, já não entendia mais nada.
Ao fechar a porta do quintal, olhou para cima e suspirou. Decidira faltar ao trabalho devido o mau tempo. Já não gostava mesmo dele, não faria diferença se ficasse ou fosse.
Lá na varanda escura luzia furiosa a brasinha do cigarro. D. Celsa servia um cafezinho. Mão trêmula, Afonso protestou:
- Que amigos eu tenho, sabem das coisas e não me contam.
Logo de manhã, ligara para cada amigo, como de costume, tentando saber quem iria à firma naquele dia. Para seu desgosto, ninguém. E pelo jeito, nenhuma alma na cidade resolvera sair de casa.
Não era feriado, nem final de semana, tampouco férias. Não entendia aquela solidão coletiva que deixava aquele cheiro de cinzas em todos os cantos por onde passava. Tudo parecia estar em estado de transe.
D. Celsa bateu a porta dos fundos, despedindo-se rispidamente, como quem se irrita por tudo. Afonso bufou e arrumou os óculos no lugar.
Ouvia de longe, meio que não ouvindo, a doce voz de sua mãe. Tudo clareou. A janela amarela, contrastava com a cor azul celeste da parede, deixando entrar uma leve brisa que lhe acariciava o jovem rosto.
- Querido, o café está na mesa, não vá se atrasar para a escola.
Levantou num pulo. Espreguiçou-se como um velho gato. Vestiu as chinelas e, arrastando o corpo, dirigiu-se para a cozinha, de onde nascia um forte e saltitante cheiro de doce de abóbora.


(Texto escrito em 16/09/08)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Despropósitos perdidos

Muito se perde.
Dentre tudo o que existe a maior parte se perdeu.
Depois de um sonho, quando este acaba. 
Dentro de alguém, quando este se despede.
Quanto do que somos não escoa se não cultivado? 
Todo o mundo de imaginações e pensamentos e conclusões e devaneios.
Pense em tudo, tudo o que se foi durante todo esse tempo. Sinto a falta desse tudo que não conheci.
E quando pensamos que a vida e o mundo são imensos, ignoramos toda a vida e todos os mundos que desconhecemos.
"Nada se perde, tudo se transforma". Mentira. Quando algo se transforma é porque já não é mais, porque se perdeu.
A perda é a única constante. Então para que nascer se deixará de existir? 
Mas uma só pessoa basta para que não passe desapercebida qualquer existência.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pane

Quem sabe seja a hora de ser forte apenas. Ter força para aguentar essa mudança nas costas, essa indecisão, essa confusão.
Me sinto perdida no próprio mundo. Como se nada fizesse sentido.
"You will never be happy if you continue to search what happiness consists of. You will never live if you are looking for the meaning of life".

Será preciso restabelecer o meu estado de graça. Simplesmente agradecer pela energia investida em boas coisas e por aquilo que se recebe sem pedir. Pelos pequenos presentes.
É essa busca por satisfação que me cansa. Mas eu sou tão preguiçosa. Por que eu sou preguiçosa?
"Expresse o amor", "expresse a beleza". O que EU vou expressar? O que eu mais amo nesse mundo? O que eu mais amo nesse mundo?

domingo, 11 de setembro de 2011

Tornar-se livre limitando-se a respeitar

Ao longo dos mais de dois mil anos de existência, a filosofia, junto com a ciência, analisa e tenta explicar racionalmente a mentalidade humana e seu comportamento. Mas se a nossa mente fosse tão simples ao ponto de podermos entendê-la, seríamos tão burros que não o faríamos.
Até onde sei, não podemos entender o que somos. É algo que está além da nossa capacidade. No entanto, podemos agir corretamente independentemente de saber por que agimos assim.

Segundo a linha de estudo da moral de Kant, a capacidade de distinguir entre o certo e o errado é inata em todos nós, assim como a razão. Todos temos uma moral, por assim dizer. Seguindo essa lei moral interna, Kant formula seu imperativo categórico: "Age apenas segundo aquelas máximas através das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem numa lei geral." Em outras palavras, não fazer para o próximo, aquilo que não queremos para nós mesmos.

Não cabe a nós responder o porquê, mas sim nos esforçar para superar os impulsos que nos levam a desobedecer essa "lei" e superar o egoísmo que nos escraviza.
Agir em liberdade é o que nos torna humanos, visto que os animais são escravos dos próprios impulsos. O mais importante é conseguir com que todos cresçam e vivam segundo essa moral, desde pequenos, aprendendo a importância de se respeitar o outro e agir corretamente, por mais difícil que pareça ser às vezes. Pois é isso o que nos torna livres de nós mesmos (levando-se em conta que existem diversos tipos de liberdades).

A liberdade é sempre limitada por algo ou alguém. Ter uma identidade e expressar-se de acordo com ela exige de nós a consciência de que existem outras identidades e expressões que devem ser respeitadas. Sendo assim, cada um possui o direito de expressar-se sem descaracterizar o outro.
Conviver demanda uma série de privações e, ser você mesmo, muitas vezes, implica em seguir uma ética, em fazer parte de um coletivo interligado por relações políticas nas quais um deve ceder ao outro e este a outro e assim sucessivamente.

Ser individual por completo é ser sozinho. É poder se expressar inteiramente e abrir mão de relacionar-se com o resto do mundo. Há sempre uma perda de identidade e, por consequência, de liberdade, quando se tenta preservar a alheia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O fim inexistente do verbo

Passei tanto tempo querendo, que agora nem sei se quero mais.
Não ter o que se quer e aprender a lidar com isso...
A vida não te mima, você é que mima a vida.
Tem sempre aquela hora que paramos para decidir o que realmente é necessário naquele exato momento, somente para si mesmo. Simplesmente encontrar o que se quer. Uma busca não tão óbvia assim.
E quando finalmente sei o que quero, percebo que quero muita coisa.
A culpa não é minha. É dessa vida imensa. Dessa insatisfação constante.
Faz parte de continuar sendo. Como se é sem nada querer? Precisamos pelo menos continuar não querendo nada, supondo que já tivéssemos tudo o que posteriormente queríamos.
Muita repetição de verbo em um período composto muito longo. Não há como fugir do verbo querer.

Inundarei meus dias com as realizações de meus desejos momentâneos e de longo prazo.
É preciso determinação. Uma palavra que não entra muito no meu vocabulário chamado mente/corpo. Sou meio guiada por impulsos, atitudes que saem naturalmente, sem muito esforço, na maior parte das vezes.
Assim é muito fácil.
Alguém que não me lembro, disse que quanto maior o esforço, mais doce a conquista. É. Faz sentido.
Acho válido tentar pelo menos. Riscar mais uma vez o fósforo do acaso e ver o que acontece. Sim, porque afinal nunca se sabe se no final receberemos mesmo aquilo pelo qual lutamos.
Não custa tentar. Apenas tempo e determinação. Substantivo e adjetivo, acredito, mais valiosos que qualquer capital, mas que existem simplesmente para serem trocados por desejos realizados.
Primeiro plano: dar os primeiros passos para a construção dos acasos dos dias.

domingo, 14 de agosto de 2011

A maldição do ilimitado

Quando passo muito tempo no meu quarto, fechada em casa, sem enxergar a imensidão do mundo lá fora, é como se a minha vida se limitasse a isso, apenas imaginar um futuro. Eu não tenho noção nenhuma de qual é o meu limite.

Quando olhamos para além do presente, enxergamos aquele oceano sem fim, cheio de oportunidades, no qual aparentemente teremos que nos virar com nosso pequeno bote, sozinhos. Mas na verdade não é bem assim. Não navegamos sozinhos. Nosso bote é na realidade um navio e nunca vamos conseguir levantar a âncora sem a ajuda de alguém. Não sabemos ao certo como chegar onde queremos e é por isso que navegamos juntos, aprendendo o caminho.
Nosso destino, no entanto, é individual. Para onde decidir ir, essa é a parte mais difícil. Como escolher uma só carreira? Uma só pessoa? Uma só vista da janela? Como escolher dentre o infinito de possibilidades, um só destino?

Metamorfose às avessas

Adolescência. Dizem que é uma fase em que o jovem está em constante mudança. É, não parece ser mentira. Desde o começo do ano, na verdade desde minha primeira aula de filosofia, passei a pensar em quem eu sou realmente.
Acontece que eu acabei me tornando em alguém totalmente diferente de quem eu era ano passado[e foi só agora que eu percebi isso]. Pra maioria das pessoas que convivem comigo isso foi ótimo, porque, dizem elas, eu passei a viver. Nessa semana, porém, descobri que perdi minha essência. Coisas com as quais concordava passei a discordar. Sim, o ser humano é contraditório, mas a ponto de mudar radicalmente?
A simplicidade das coisas tinha perdido a graça pra mim. Logo eu, que dois anos atrás cheguei a fazer uma lista com as 7 melhores coisas do mundo, todas simples, como "achar dinheiro no bolso da calça".
Parei de dar importância pros meus amigos. Mas, sinceramente, embora tenha me afastado deles, essa última semana me fez perceber quem realmente os são. Aqueles que largaram TUDO [literalmente] pra ficar comigo nesse momento de crise. O engraçado, é que pela primeira vez o que meus pais sempre disseram se pôs em prática: "Amigo é dinheiro no bolso e saúde"; ou seja, você só perceberá quem realmente liga pra você quando estiver mal. E, acredite, é verdade que dizem que pessoas BEM próximas a você não largariam tudo pra lhe ajudarem, pelo contrário.
Histórias a parte, tudo isso fez bem pra mim.
Sabe quando você se submete tanto que acaba deixando de ser você mesma? Foi exatamente o que aconteceu comigo. Mas por pura escolha minha, não por falta de opção nem imposição.
Meu objetivo é recuperar essa essência, voltar a ser aquela mulher forte e dura, mas sem esquecer dos sonhos de menina. Voltar a aproveitar as boas coisas da vida e parar de se importar com a chuva caindo no cabelo (sim, isso foi o cúmulo pra mim. Eu nunca tinha ligado pra isso antes). Subir nas árvores e não estar nem aí pros outros (obrigada, Fe!). Ouvir histórias do máximo de pessoas possíveis. Chorar vendo um filme romântico. Voltar a ter aquela vontade interminável de estudar até não aguentar mais.
Odeio crises, mas esta pela qual passei foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos 17 anos. Pela primeira vez, eu cresci muito. Passei a dar mais valor às coisas em que acreditava antes. Descobri que tudo tem sua hora, não adianta adiantar nada, isso só piora as coisas. E o mais importante: Reaprendi a amar uma pessoa pelo que ela [realmente] é: Juliana Moreira Vissechi.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Abre aspas

(Publicado em 7 de Fevereiro de 2011)


"Eu sei que supostamente deveríamos agradecer pelo o que a gente tem, pelas coisas boas da nossa vida e tals, mas eu vou abrir espaço aqui para desejar tudo o que eu mais quero agora. E que se danem os agradecimentos.

Eu quero um dia daqueles que a gente nunca esquece. Eu quero um melhor dia da minha vida. Eu quero fazer a minha barriga doer de tanta risada, quero me sentir completamente bem comigo mesma e com as pessoas. Eu quero ser admirada. Eu quero mudar para uma casa que dê uma vista bonita para a janela do meu quarto, uma melhor do que esse muro branco encardido horroroso. Eu quero ser conquistada, eu não quero conquistar. Eu quero jogar cartas com pessoas bem dispostas, bons perdedores e bons ganhadores, gente engraçada, de bem com o cosmos. Quero viajar, conhecer gente nova. Quero fazer caridade e me sentir útil. Quero ser ridiculamente alegre, sem me arrepender, sem me preocupar. Quero pular em um pula-pula. Quero estar rodeada de gente que sabe se divertir. Não quero me sentir sozinha. Quero me livrar de autojulgamentos desnecessários. Eu quero sair do meu quarto, conhecer lugares. Eu quero poder fingir não ser eu mesma pelo menos por um dia. Eu quero ser o meu melhor. Eu quero ser ilimitada."


Continuo querendo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Para você

Saudades.
É o que eu sinto cinco minutos após nos despedirmos.
A vontade é sair correndo, te abraçar novamente e fugir com você, pra nunca mais voltar!
Ir àqueles campos (naturalmente encontrados na Europa) e ficar o dia inteiro lá, sem dar satisfação pra ninguém. Só ficar lá, com você.
Queria muito saber como isso é possível, sentir falta de alguém tão prontamente... Mas acho que é aí que está a mágica do negócio... Não saber.
O engraçado é que desde pequena ficava imaginando como é amar alguém, e hoje percebo que a intensidade desse amor não é nem um centésimo do que eu pensava que fosse.
É... Complicado isso, né? Ainda mais admitir... Mas é o que sinto, e não tenho vergonha alguma de mostrar isso pro mundo todo.
Sentir isso é uma maravilha! Pode parecer clichê falar que amar é bom, mas é mesmo, e desejo isso a todos!
Quando estou com você a vontade que tenho é de congelar o tempo, pra ficar te olhando, te admirando...
É.. e hoje é o dia em que comemoramos o seu nascimento. Você diz não ser tão especial, mas pra mim é muito importante. Além de você começar uma nova fase, é quando sua mãe deu a luz a você, o homem que eu amo.
Felicidades. Te amo muito! Um beijo. :)

sábado, 16 de julho de 2011

Biografia ?


Fiquei perdida por muito tempo, querendo saber se eu ainda existia. Talvez seja esse todo o problema.

Perdi  um outro lado muito importante (não diria ter perdido, mas ocultado a maior parte do que eu era), o despojado, do contra, espontâneo, em outras palavras, aquela menina branquela, magrela, cheia de roxos na perna, que não estava nem aí se a roupa iria sujar, se o cabelo despenteava e me deixava parecendo mais um mico-leão-dourado, olhava no espelho e ria. Aquela que lutava judô ao invés de fazer balet, que ao mesmo tempo gostava de trocar as roupas das bonecas e montar casinhas minuciosamente, adorava jogar bola e andar de bicicleta. Que brincava de lutinha com os meninos da escola (e ganhava), mas que também não tinha medo de dar uma joelhada bem dada naquele lugar quando mereciam. Juntava os primos e fazia bagunça, gritaria, tentava evitar os conflitos, pegava os mais novos pelo colo e saia correndo pela casa, andava de patins no corredor, ficava o dia inteiro no vide-game quando todo mundo se empolgava para jogar. Muita coisa que hoje não faço mais. Os dias demoravam a acabar e perder tempo naquela época não fazia o menor sentido.
Fazer o que der vontade sem se importar com bobagens que hoje acabam estragando o potencial da diversão. Qualquer tipo de diversão.
Caso não tivesse guardado esse lado, tudo poderia ser um pouco melhor, mais empolgante e menos frustrante do que anda sendo. Foi como se eu tivesse criado essa vergonha besta de apenas ser, fazer e mais nada.

Ser de verdade é ter coragem para abandonar os preconceitos, receios e vergonhas que isso possa implicar, é aceitar todos os detalhes sobre si mesmo que possam não ser tão incríveis e conseguir achar graça. Senão somos só uma ocupação de espaço, um gasto de energia, um desgaste a mais para a natureza.

Me sinto uma bonequinha de luxo. Eu nunca fui assim. Quero voltar a ser de verdade, com cicatrizes, ir dormir sempre com um roxo novo, como uma marca de que alguma coisa aconteceu durante o dia. Quero ter de volta a vontade de subir no topo do trepa-trepa, sem a malícia, e poder dizer com a absoluta certeza que eu sou a dona do mundo, pelo menos do meu.

                                                                                                                   Go Depp.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vida x Sonho

Tenho acordado bem tarde esses dias e não é só porque estou de férias. 
Acho relevante pensar um pouco nisso, no porquê de escolher ficar na cama até as 4:30 da tarde (absurdo, eu sei ), perder o almoço com a família para depois ter que comer sozinha o macarrão seco esquentado no microondas. 
Qual é a vantagem em continuar na cama por um período muito mais longo do que o normal e acordar com o corpo pesado e sem forças, os olhos inchados e as pernas bambas? Não é muito mais preferível acordar um pouco mais cedo que seja e conseguir aproveitar melhor o dia, mesmo se for para ficar em casa e assistir filme o dia inteiro? A gente sabe que vale muito mais a pena, aparentemente.
Qual é o problema então? Não sei. É que para mim, ultimamente, tanto faz. Acordar só vai me fazer interromper os sonhos que me parecem, naquela hora, muito mais interessantes do que a realidade, que seria não fazer absolutamente nada o dia inteiro. Talvez falte o estímulo, falte o entusiasmo para começar o dia bem e com disposição. Confesso que escolher entre voar livremente na praia e almoçar macarrão com a família é uma escolha muito fácil. Só que há uma sutil diferença, a maior parte daquilo que você sonhou, vai embora pelo ralo da memória assim que você acorda, enquanto o que você vive de verdade, acaba tendo um peso muito maior nas suas lembranças, por mais que aquilo que você tenha vivido não tenha tanta importância emocional.
 Preciso ser um pouco mais forte e pensar nisso cada manhã, antes que eu acabe escolhendo sempre sonhar ao invés de viver.



Presa no trânsito

O problema é a existência.
Uma vez nos disseram que existir é um contínuo ser e deixar de ser. Então sinto muito, mas eu não existo.
Não estou sendo nem deixando de ser nada nesses últimos dias. Parece que viver está fora de área. 
Praticamente não sinto e é como se tudo estivesse em preto e branco e só consiga enxergar as variações de cinza. 
É claro que ainda tenho com o que me admirar, o que sentir, mas o que é uma tv em preto e branco perto de uma em cores? 
Acabaram as explosões de sentimentos, seja angústia, medo, desejo, alegria. Não que eu não os tenha, só não com a mesma intensidade. O problema é ficar vivendo devagarzinho. Eu cansei. Parece que estou do lado parado da rodovia e fico olhando pela a janela a outra em que os carros podem ir na velocidade que quiserem. 
Entupida de esperança e ao mesmo tempo cansada de esperar. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pessoas

          Pessoas.
          Paro no meio da rua para observar pessoas.
          Alguns podem achar estranha essa minha mania, mas é meu hobbie favorito.
          Adoro imaginar em que elas estão pensando.
          Por que aquele cara está correndo tanto, por que aquela moça está sorrindo tanto.
          Olho para casais idosos, tentando imaginar a vida inteira deles, os obstáculos que eles enfrentaram, as brigas, as reconciliações...
          É como se eu quisesse entrar na mente de cada um, para tentar roubar um pouquinho de suas experiências.
          Em um certo momento observo uma mulher que anda triste, com o rosto voltado pro chão quando, de repente, ouve o celular tocar e, desesperadamente, o atende. Em um passe de mágica ela abre aquele sorriso! Contagia, sabe? Mas confesso que fico imaginando o porquê. 
          Realmente não sei o que me atrai nelas. Talvez a discrição de algumas, ou extravagância de outras. Só sei que me chamam a atenção. E muita.
          Pessoas são encantadoras. Pessoas da rua, de um dia de passeio, após um dia trabalho ou estudo. Não importa. Elas são, simplesmente, pessoas.

sábado, 4 de junho de 2011

A barragem

Uma enchente inundou a minha vida e me deu de presente o desânimo. Me deixou em uma zona de conforto. Fico em um lugar seco e seguro, fugindo de toda aquela água turva e quente, por medo de me molhar e não gostar da sensação.
Uma hora ou outra vou ter que sair e entrar nessa água estranha, querendo ou não ela vai acabar me molhando. A enchente é rápida e minha zona de conforto não é tão isolada assim a ponto de me proteger de toda e qualquer sensação ruim que ela possa trazer.

terça-feira, 17 de maio de 2011

À tarde

Tardes perfeitas de outono, a temperatura amena, o sol levemente alaranjado na sua pele e as poucas nuvens espalhadas pelo céu. As árvores parecem mais saudáveis, enquanto os frutos ainda não apareceram ou as folhas ainda não caíram.
Tardes perfeitas de outono, um livro na mão e uma boa árvore acima da cabeça. Seu pai assistindo ao futebol no sossego da sala e a luz do pôr-do-sol refletindo na tv.
Tardes perfeitas de outono quando você sente como se tudo fosse dar certo e nada estivesse errado naquele momento. Tudo parece girar e caminhar perfeitamente.
Tardes em que o que te aborrece vai embora com o calor do dia e volta com o frio da noite. Noites em vão, que te fazem lembrar que um dia os frutos apodrecem e as folhas caem, colocando tudo de volta no lugar. Porque no final das contas, o outono só é perfeito à tarde.

domingo, 15 de maio de 2011

Holografia

Já sentiu como se tudo fosse uma grande mentira? Olhar em volta e se perguntar seriamente o que você está fazendo aqui.
Dias em que você acorda, abre o olho e se assusta, porque seus sonhos pareciam ser muito mais reais do que essa realidade. Você tenta voltar a dormir, voltar para aquela história que parecia tão duradoura, mas que na verdade durou só alguns minutos, e não consegue, como se esse mundo te forçasse a permanecer "acordada" até a noite seguinte.
Eu imagino um filme da minha vida. Não que eu compare a minha vida com um filme, mas fico imaginando como seria se fosse um. Como ele terminaria. Tento imaginar um começo, mas não lembro muito bem quando começou e tudo o que eu vivi parece que nunca existiu. Tudo parece ter sido um sonho, um esboço de vida.
Uma noite dessas quase não consegui dormir. Tive um estalo de realidade, como se naquele exato momento alguma falha no sitema tivesse acontecido e eu acordasse de verdade e percebesse que existir não faz sentido algum.
Talvez seja falta de fé e consequentemente a necessidade de acreditar em Deus ou em alguma força maior. Se você não tem uma base, um motivo, uma explicação para estar aqui, então nada faz sentido.
Parece muito surreal, mas pensando bem não é. Nada é surreal se você levar em conta que ninguém aqui é detentor de nenhuma verdade absoluta. Nada pode ser comprovado, a não ser que de alguma forma existimos, apesar de não sabermos como exatamente, nem por que.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pessoas, problemas e profissões

Todos sofrem do mesmo jeito. Você pode idealizar a vida de uma pessoa o quanto quiser, mas ela não deixa de sofrer tanto quanto você. Ninguém se livra disso.

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As pessoas vivem perguntando para os jovens: " O que você pretende fazer?".
Sério, alguém no mundo sabe o que fazer da própria vida? Independente da idade. Deveria responder "Não sei, você sabe?".
Mas não é aí que eu quero chegar. O que eu pretendo dizer é que eu e mais todo ser humano adolescente sentimos medo das mesmas escolhas. Compartilhamos todos do mesmo pavor de faltar dinheiro, de se arrepender da profissão, de não ser feliz, de falhar na vida.
Só que eu não quero viver agora para escolher uma profissão. Não quero nem ter que escolher uma profissão, eu quero conhecer o mundo, estudar sobre a vida, sobre a arte, sobre o ser humano e a história, quero ser culta, viajar. Profissão? Como é que eu vou saber, é tanta coisa para conhecer e trabalhar é tão menos importante existencialmente do que viver.
Aí entra a porra do dinheiro. Você tem que ganhar para viver. Ganhar como? Arrumando um emprego, que conseguimos através de um bom currículo, que se consegue com uma boa formação. Aí você é obrigado a ter uma formação. Poxa! A sociedade facilitou tanto a minha vida que deixou tudo separadinho em cursos e mais cursos espalhados nas milhares de faculdades que ficam piscando por aí. Fica tudo tão mais simples não? Não.

- - -

Ter os mesmos problemas que todo mundo tem é ao mesmo tempo irritante e confortante. Me sinto banalmente comum, mas ao mesmo tempo tenho aquela sensação de que pelo menos não sou a única.
No fim acabo tendo que trilhar o mesmo caminho que todo mundo, obviamente. Todo ser que nasce nessa sociedade nas mesmas condições tem que passar pelas mesmas coisas. Coisa mais chata.
E se eu arrumasse um emprego qualquer, juntasse dinheiro por um tempo e depois fizesse o que eu quisesse?
Não, mas as coisas não funcionam assim.

sábado, 23 de abril de 2011

Galinhas D'Angola

            Estava eu na minha varanda, tomando meu suco de laranja logo cedo, quando aquele bando apareceu.
           Elas sempre estiveram em casa, e eu nunca parei pra prestar atenção nelas.
           Naquele momento resolvi reparar.
           Todas pintadinhas, bonitinhas. 
           Normalmente, ninguém gosta de galinhas, nem eu. Mas sei lá... Elas são interessantes.
Ficam nervosas muuuuito facilmente. É engraçado, até. 
           Quando se alimentam, o líder fica espionando pra ver se não há nenhum inimigo por perto. É divertido. Imagine: ele olhando de um lado pro outro, todo preocupado. Retardado, não? Isso porque, enquanto ele vigia, os outros comem. Não deveria ser o contrário? Se ele é o líder... 
           Mas não para por aí, não. As Galinhas D'Angola são péssimas mães. Simplesmente, largam os ovos (que podem chegar até 40) em camadas. Em camadas! Ou seja, só os de cima recebem o calor e descascam.
          No entanto, há uma grande semelhança entre elas e a maioria das mulheres atuais. Aliás, talvez por isso que haja a dominação "galinha" e até seja o porque de, ao digitar no Google "galinhas", você só encontrar coisas relacionadas a prostitutas, filmes pornôs e afins. Sim, na hora do acasalamento, a iniciativa é da fêmea. Não que as mulheres não possam tomar iniciativas (às vezes é até necessário), mas algumas exageram. Há coisas que, feliz ou infelizmente, só homens podem fazer. Mas sei lá... É o que eu acho, não significa que você tenha que pensar assim também.
          É, galinhas são interessantes. 
          Mas uma coisa que eu realmente admiro nelas é a compaixão.
          Outro dia, os infelizes aqui de casa soltaram as pastoras e esqueceram de prender as galinhas. Pois é, uma delas foi atacada cruelmente e estava sofrendo demais. Seria necessário o sacrifício. Mas o que, realmente, me surpreendeu foi que suas companheiras estavam em volta, preocupadas. Foi bonito. 
          Praticamente, não existe mais isso na nossa sociedade. As pessoas estão tão acostumadas com mortes e homicídios, que nem ligam mais.
          As pessoas ainda têm coragem de dizer que animais não possuem sentimentos. É, talvez devêssemos prestar mais atenção nas galinhas, porque quem anda sem sentimentos somos nós, e não elas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Falando nisso

Não consigo achar o fundamento das coisas: por que eu estou aqui, por que minha vida é desse jeito e não de outro, por que cada um nasce em condições diferentes e alguns acabam mais favorecidos do que outros. Por que eu nasci na minha família, por que eu nasci? Qual a minha função nessa vida? Eu tenho alguma função? Cada um tem uma função? Somos peças de um grande quebra cabeça de vidas que se juntam para formar um grande quadro de histórias? Para quê? Por que tudo existe?

Eu sei que são questões filosóficas um tanto batidas e que durante milênios de humanidade ninguém ainda conseguiu encontrar verdades absolutas para todas elas. Muita gente não se importa, muita gente acha perda de tempo, acha até brega. Afinal tanto faz, o que importa é existir, é o lado prático. Mas como saber o que fazer da minha vida se eu não sei por que eu estou aqui? Para satisfazer minhas vontades, meus desejos, minhas metas e viver pensando sempre no meu bem estar, na minha felicidade? Sim, ótimo. Mas e se não for bem isso? E se eu tiver um propósito maior? E se eu estiver aqui para fazer alguma diferença, para tentar mudar, para tentar inverter a situação de quem não nasceu no mesmo ambiente em que eu nasci? E se eu tiver que mudar o rumo das coisas? E se eu não conseguir cumprir com esse dever?

Não seria nada justo ter toda essa sobrecarga nas minhas costas enquanto muitos outros andam por aí se aproveitando da ignorância alheia para se sobressair socialmente. Mesmo assim eu sinto como se eu não pudesse ficar parada e deixar a vida me levar para o que der e vier. A vida não é justa. Alguém já disse isso. Não temos culpa se nem todo mundo pode viver do mesmo jeito e ser feliz do mesmo jeito, mas vivemos em sociedade e somos obrigados a assistir essa fila interminável de injustiças, falta de compaixão, moral e enxergar uma perspectiva nada agradável do futuro. O que fazer então? Sentar e curtir a vida cada um no seu canto como se tudo isso estivesse fora da linha onde termina a minha obrigação nesse mundo e começa a do outro? Ou parar para pensar o que eu estou fazendo aqui e por que eu nasci assim e tive essa educação e fui criada por essas pessoas.

Eu não acredito em destino. Sinceramente não faz sentido nenhum para mim ter um futuro certo, fora do meu alcance, como se nada do que eu fizesse mudasse o rumo das coisas e tudo acontecesse porque tinha que acontecer. Talvez seja verdade, não posso ter certeza absoluta sobre questões assim, mas não faz muito a minha cabeça. Porque se a minha vida já está toda traçada, então não preciso fazer mais nada, as coisas simplesmente aconteceriam sem o mínimo esforço. Mas se eu não tenho a mínima ideia de como eu vou acabar daqui para frente, alguma atitude vou ter que tomar, de acordo com o que eu espero que os resultados das minhas ações terminem, mesmo se terminarem em algo totalmente oposto ao esperado.

O que eu quero dizer é que de alguma forma estamos aqui para fazer alguma coisa, seja ela qual for, para que alguma outra coisa aconteça. O que fazer então? O que decidir agora? Prestar vestibular, tentar uma boa faculdade, me formar, trabalhar, ganhar dinheiro, casar, ter filhos, netos, morrer. Fim. Grande história. Ou tentar descobrir um jeito de não ser tão fechada e desvinculada, participar do rumo das coisas e continuar sempre me perguntando o por quê.

terça-feira, 29 de março de 2011

Dane-se

           O ser humano tem um sério problema: o de querer ser aceito.
           Vive pedindo opiniões.
           "Essa roupa está boa? Eu estou bonito? Será que ele gosta de mim?"
           A questão é, será que é bom ficar pedindo opiniões?
           Ouvindo os outros você vai acabar tomando as decisões que ELES querem, e não as que você quer.
           O certo é você parar, isolar-se e ver o que VOCÊ sente.
           Não é porque o mundo diz que você está errado que você está. Galileu está aí pra provar.
           Deve-se ser fiel aos próprios sentimentos. Só assim você fará o que realmente sente. Só assim você não se arrependerá. Só assim você será você mesmo.
           Dane-se o mundo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Princípio da incerteza

Uma indefinição cerca a minha vida por todos os lados. Eu não me vejo sendo definida por nenhuma característica universal. Não sempre, mesmo já tendo tentado várias. Praticamente acabo pendendo entre duas qualidades opostas, ruins ou não, mesmo pendendo sempre mais para um lado.
Isso meio que acontece com todo mundo, eu imagino. Mas não é estranho não ser alguma coisa e ser várias ao mesmo tempo? Não é estranho tentar se encaixar e perceber que você nem sempre vai se encaixar naquilo que você achava que era o que mais lhe cabia? Não é confuso tentar explicar e mais confuso ainda tentar imaginar por que tentamos tanto "caber" em algum lugar, como se precisássemos de uma etiqueta para nos colocar na vitrine e deixar oficial que você é uma coisa e não outra. Como se a gente precisasse ter uma biografia pronta, um código que nos tornasse algo claro e certo.
Eu não sou certa e é a incerteza da minha personalidade que me constroe a cada segundo, a cada segundo que um pensamento se forma e dá lugar a outro que puxa outro e que vai formando aquela onda de ideias e concepções que mudam a cada correnteza, que vai levando o fluxo do pensar. Só que toda essa construção continua não construindo nada, é um contínuo ser e deixar de ser.
De onde será que a gente tira essa mania de achar que tudo tem que ser prático e regular, quando na verdade a maior parte daquilo que nos rodeia é cheio de metafismos e inexplicações. Aí vai chegar alguém muito esperto e me dizer que a natureza é regida por uma série de leis fundamentais, definidas e regulares, por alguma regra matemática, física ou química. Mas se para existir eu dependo de uma regra matemática e se tudo é regido por alguma dessas regras, então porque eu me sinto não inexata, tão perdida, tão incerta? Por que a minha vida não acontece como uma progressão geométrica? Por que as coisas não acontecem em uma ordem cronológica cabível para cada momento e mais do que qualquer outra coisa, por que eu mudo de ideia sobre tudo o tempo todo e não consigo encontrar um lugar ideal, onde eu possa respirar aliviada e dizer, caramba é isso o que eu sou e é aqui que eu quero continuar.

sábado, 19 de março de 2011

Deixando de lado o ceticismo

Você me inspira.
É, é o que andam dizendo por aí.
Não se conformam com o fato de eu acordar com aquele ótimo humor. Melhor era quando eu o tinha mas não expressava. Agora não, dou aquele sorriso e saio dando bom dia pra todos.
Complicado.
Alguns até me culparam de trazer o romantismo em seus pensamentos e consequentes atitudes.
Mas não me importo. Você faz bem pra mim.
Sim, tinha medo. Medo demais. Bom, na verdade era mais preocupação. Tudo estava definido. Mas não era praticamente nada do que queria. Aquela história de um lado seu querer, mas o outro persuadir e ganhar. Pois é... A não-harmonia me atraía.
Mudança. Essa é a palavra que rege meu futuro.
E não sabe quão bom é o significado dela pra mim.
Não me importo com o que os outros dizem. Não me importa o que está "determinado". Acredito que há certas influências sim (para alguns, destino), mas temos que tomar atitudes também. Não adianta ficar à mercê da vida. Ela não agirá por nós.
Só sei que estou disposta a ver no que isso vai dar. E não vou mentir, tenho a melhor impressão possível.
Pode ser totalmente oposta, como os mais céticos diriam. Mas precisamos deixar de ser céticos algumas horas pra podermos vivenciar o que realmente pode nos proporcionar um bem.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Pulguenta

Independente.
Invadiu meu espaço, criou-me expectativas, rodopiou meu mundo e ficou por lá.
Invencível, até que se prove o contrário. Não enxerga nenhuma porta de saída e nem pretende escapar tão cedo, o que me provoca e me aflige de um jeito estranhamente adocicado.
Possui intensidade, que muda de acordo com estímulos externos, involuntariamente.
Acaba fazendo parte de mim, o que não faz nenhum sentido. Já não sei se quem o criou fui eu ou se se criou sozinho em mim.
Possui uma quase vida quase própria, desconsiderando o fato de que depende de outros para continuar. Indesejável em muitos momentos e irritantemente incoveniente sempre.
Não peço por ele e nem busco, o normal é que venha sozinho. Haja tolice para tanta coragem.
Me impõe um universo inteiro de frustrações e mesmo assim se acha o dono da verdade. Não posso com ele por muito tempo. No final me coloca para baixo, em nocaute e não há nada que eu possa fazer.
Não me deixa esquecer, se recupera fácil.
Não há antídoto conhecido. Sou um caso perdido.

terça-feira, 8 de março de 2011

Flex

O que tem de mágico nesse dia? O céu é cinza, a chuva deixa tudo úmido e impessoalmente gelado e o tempo parece que virou as costas para você.

Você vive nesse dia. Até que se prove o contrário, você realmente está alí, tomando chuva, mal-humorada por ter que levantar cedo, resfriada por causa da virada do tempo, cheia de energias e expectativas, por mais que o dia não pareça muito promissor. Não importa. A chuva indiferente não te impede de aproveitar o momento, de acordar e pensar que o que importa é que hoje você vive, por mais exaustivo e entediante que o dia seja. Pode estar no fundo do poço, mas o dia está alí e as coisas estão acontecendo. Uma hora tudo passa, muda, se transforma. Sentir, por mais duro que seja algumas vezes, é só o que você tem de verdade.

Pureza

            Era de manhã. Não tinha o que fazer.
            Peguei meu carro e fui dirigindo pelas ruas... Buscava algo, não sabia o que.
            De repente vi aquela família. Estavam de mudança. Um menino, sua mãe, seu tio e sua avó.
            Ele corria pela varanda da casa. O espaço era grande.
           Os adultos tirando os móveis da casa, tudo. Tinham que se mudar, o aluguel havia subido e eles não tinham a quantia para pagar.
           As lágrimas daquela senhora corriam por aquele rosto enrugado, através daqueles olhos azuis que já haviam presenciado tantas coisas durante a vida.
           A mãe suspirava, como se estivesse despedindo-se daquele maravilhoso lugar, onde havia tido tão maravilhosos momentos.
           Ao tio, pouco lhe importava, não morava com a família mesmo...
           Mas o garoto, aquela criança de apenas seis anos, não sabia o que estava acontecendo. Apenas se divertia, correndo de um lado pro outro. Tentando ocupar aquele grande espaço ao mesmo tempo. Mal sabia ele que seria a última vez que correria ali. O pobre não mais teria um espaço daquele pra se divertir.
           Eles tinham terminado de colocar as coisas no caminhão para levar pra outra casa. Menor e sem varanda pra o garoto brincar.
          A senhora estava pra fechar o portão, quando chamou o garoto. Ele saiu correndo mais uma vez. Porém, apareceu com as mãos escondidas atrás das costas. De repente mostrou-as, fechadas. Esperou a avó fechar o cadeado. Chamou sua mãe. Olhou para as duas e abriu as mãos. Havia uma maria-sem-vergonha pra cada uma. Entregou-lhes e disse que as amava.
          Embora não soubesse a circunstância pela qual estava passando, sabia que as duas mulheres que mais amava não estavam bem.
          Não foi planejado, foi espontâneo.
          As duas abraçaram o menino, abriram um grande sorriso e saíram andando. A nova casa era ali perto. O tio levaria a mudança.

domingo, 6 de março de 2011

Convicção

            É algo que todas as vezes acontece.
            Se resolvo escrever algo, ela vem e senta em cima do papel.
            Se estou digitando algo, ela faz questão de pisar em cima de todas as teclas para que eu lhe dê mais atenção que ao computador.
            Quando quer dengo, senta ao meu lado e grita, para lhe fazer carinho.
            Hoje, então... Passou dos limites. Não aguentou o fato de eu ter dado mais atenção ao celular do que a ela. Em resposta, sentou no meu colo e fez xixi. Não, não foi nada engraçado.
            É, e ainda dizem que os animais não pensam...

O não saber

Ontem, pela tarde, estava eu inquieta, andando por todos os cantos da casa quando resolvi pegar um lápis e um papel.
Passei tudo o que estava sentindo, com a mais pura verdade, sem medo de ser julgada. Terminei-o e deixei-o guardado. Não sabia se iria publicá-lo ou não.
Hoje acordei lembrando-me do que li, ao final do dia anterior, em Werther.
Quando reli meu texto, um pouco mais tarde, por vontade imprópria comecei a equiparar-me com ele. Não pelo modo de escrita, claro (não sou e nunca serei como Goethe), mas sim quanto ao sentimento que lhe afligia.
"Não me preocupo com o presente. Não me preocupo com o que fará ou deixará de fazer. Não me importo. O que me aflige é não poder lhe ver quando o final de semana chegar, pois este imenso pedaço de terra existe."
A questão é: Será que a submissão é, realmente, a melhor opção nesse caso? Mesmo porque, embora alguns fatores sejam parecidos, outros são extremamente diferentes.
Será que ele estava certo quanto a sua escolha? Ou deveria tê-la deixado em paz?
Enfim, é como me disseram: "O ser humano sabe se adaptar bem em qualquer situação". Só resta um coisa, meus caros: saber se ele quer.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Kronos

11 de Janeiro. Eu ainda não consigo me lembrar quando foi que dia 1 terminou. Tenho a sensação de que nenhum dia realmente acabou, como se todos os dias que passaram foram o mesmo dia. Como se na verdade Janeiro fosse um dia só.
Se em sonho o tempo passa mais devagar, por que ele não passaria de outra forma na vida real? Quem disse que só porque anoitece e amanhece, um dia acaba e o outro começa? E se 2011 inteiro se passar num dia só? Longo, exaustivo, intenso.
Tempo não significa nada para mim. Não, na verdade significa que um ponteiro passou de um ponto para o outro em um plano circular numerado ou que números mudaram em um aparelho digital.
As coisas acontecendo, mudando e se transformando, para mim é isso o que importa. O que acontece, o que se vive a cada respiração e o que se faz com a própria vida.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desconexão

Não ter o que falar é pior. É pior ao ponto de ter que apelar a falar sobre não ter o que falar.
Você passa por toda aquela fase complicada, por aquela pressão por ter que tomar alguma atitude. De repente você não tem mais do que falar e nenhum saldo de atitude. Não tem nada, não te acontece nada, não sente nada e inacreditavelmente, vem uma vontadezinha de ter toda aquela complicação de volta. Não aquela em especial, mas com a mesma intensidade.
A pausa é necessária, como dormir e desconectar o cérebro. Desconectar os sentimentos.
Mas se você dorme demais, acorda dolorida, mole e sem forças, de quebra, com a cara inchada e um peso estranho na cabeça. O problema é que quanto mais tempo dormindo, maior é a vontade de ficar alí na cama morgando. Não, dormir demais não dá.
Então a gente sente alguma hora que tem que acordar e levantar dalí, mas bate aquela preguiça filha da mãe. E é aí que o não sentir tem que acabar, voluntariamente.
Você junta forças e começa tudo de novo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Censura

            As pessoas vivem contendo suas emoções. Fingem sentir o que, na realidade, não sentem. Elas têm que ser 'educadas', devido à ética da sociedade. Só que isso tem uma consequência: MENTIRA.
            Para que todos vivam bem uns com os outros, todos mentem. Ninguém diz realmente o que pensa.           Isso porque, do contrário, é preconceito. Aliás, qualquer coisinha ruim que você diz pra uma pessoa sobre ela é preconceito. As pessoa não aceitam mais críticas. 
            Se alguém diz que você é arrogante, que se mete demais na vida dos outros, ou que é extremamente egoísta, você tem que parar pra analisar as suas atitudes! 
           O maior defeito do homem, atualmente, é achar que todos têm inveja dele. Caramba! Se a maioria fala que tem alguma coisa errada com você, é porque REALMENTE tem alguma coisa errada!
           Mas não fujamos do foco.
           Quando alguém pisa no seu pé no ônibus, com aquele salto ENORME -porque é realmente desastrado- e lança aquele sorrisinho sem jeito e diz: Doeu? Você está bem?
           Não dá a maior raiva da pessoa? Sem contar com aquela sensação de pior dor do mundo. E então você responde: Não, imagine -e lança outro sorrisinho, dessa vez tranquilizador.
           Por que não dizer simplesmente: Doeu sim. E não, eu não estou bem. Você quase arrancou um pedaço do meu pé! - e ainda lançar aquele sorrisinho irônico maravilhoso.
           Mas não, somos ensinados desde cedo a ser educados com as pessoas. A mentir sobre o que sentimos.
           Repare nas crianças. É por isso que eu as admiro tanto... Elas dizem o que pensam de VERDADE! Se não gostam de você, acredite, elas dirão que não gostam. 
           Não adianta, sempre contemos nossas emoções! Tudo por 'respeito' ao próximo. Não dá uma raiva disso? Por que não podemos dizer o que sentimos, viver o que queremos viver? Tudo por causa da maldita moral e da ética, que a acompanha.
          Por que as pessoas não são, simplesmente, sinceras?
          Se alguém te odeia, fala mal de você pelas costas, por que não dizer: 'EU NÃO GOSTO DE VOCÊ!'?
          É tão mais verdadeiro do que ficar fingindo ser seu amigo. É cruel, indigno.
          Se aquela garota não quer mais passar seu tempo com aquele garoto, pra que ficar traindo o menino?            Diz logo que não gosta mais dele, caramba.
          Essa 'ética', que tem como objetivo fazer com que as relações entre os indivíduos pertencentes à sua sociedade fiquem bem uns com os outros, apenas causa sofrimento e dor. 
          Está na hora de dizer a verdade, você não acha?
          Chega de censura. O que queremos é Liberdade!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tentação

A gente tenta. Se arrebenta, esquenta a cabeça, joga ela fora e no fim, bem no fim, vai buscar. Mas a gente tenta. Senta, espera, sonha, tropeça e acorda. Tentamos outra vez. Mas de que vale o eterno tentar se a tentativa em nada acabar? Mesmo assim. O sonho nos engole e a gente se deixa levar. Uma hora dá certo, não vale se frustrar. É o que se diz quando não se enxerga ou pior, quando não se quer enxergar. Mas o que há para ver se não há nada para criar? Então é melhor mentir, cair e se levantar do que desistir e decidir parar.

Venda-se a venda

Não saber o que vai acontecer é naturalmente frustrante. Não por não saber, mas pela expectativa desperdiçada quando aquela coisa acaba não acontecendo. 
No fundo eu sabia, era só uma fantasia. Acabei alimentando o que não existia. 
Eu era ótima em reprimir. Reprimia tudo, desde pequena, aprendi rápido o medo. Aí eu cansei. Cansei e pensei: Por que não? E daí se todas as circunstâncias me mostravam  que talvez fosse melhor não continuar. Liguei o foda-se. Não deu certo. Acontece. É frustrante, é desgastante e é preciso coragem para andar na corda bamba com a venda nos olhos. Eu caí e na próxima, prometo não dar uma de corajosa, prometo ir sem a venda e se não conseguir outra vez: foda-se.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Inexplicável

É estranho. Nunca me senti assim. Sempre fui mais a fundo, me entregava. Agora não...
Será que isso seria amadurecimento? Ou apenas não estou fazendo a coisa certa?
Ansiosa? Sim, um pouco. Tá... como nunca estive. Mas, mesmo assim, nada que poderia fazer com que eu caísse na mais profunda amargura quando acabasse...
Algo diferente, que de certa forma está fazendo bem pra mim. Só não sei até quando...
Não sei se vou sentir falta, se pode vir a se tornar algo sem o qual eu não poderei mais viver...
Só sei que me dá uma sensação boa... Não a ponto de me deixar invencível, mas boa.
Simplesmente assim...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cegueira

Se alguém me perguntar exatamente do que eu tenho medo, eu nunca vou ter certeza, não importa o que eu resolver responder. Talvez de não ser o suficiente para ele ou de descobrir que ele não é o suficiente para mim. Porque eu criei todo esse desejo, aliás, o desejo se procriou em mim, tipo um vírus mesmo, e agora eu tenho que tomar mais atitudes, só que de repente eu não tenho tanta vontade de tomar alguma atitude, como se sei lá, a inércia tivesse tomado conta. Eu sei mais do que ninguém que se eu nunca tentar eu nunca vou saber, porque eu sempre falo isso para todo mundo, mas sinceramente, o que deu em mim dessa vez? Eu não sinto como se eu quisesse fazer alguma coisa. Eu gosto dele, muito, eu acho, pelo menos pelo o que eu conheço dele até agora. Mas eu não tenho certeza se daria certo. Lógico, a gente nunca tem, mas a gente sente de algum jeito que poderia dar e eu não me sinto tão segura em relação a isso. Acho que esse é o maior problema. Eu não consigo me entregar assim, às cegas. Por quê? Medo. De quê? Não faço a mínima ideia. Porque no fim das contas a gente não tem nada a perder. Ou tem?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Não necessariamente o mesmo que religião....pra mim, está mais pra ter princípios e ser fiel a eles. Formar uma moral e acreditar piamente nela. Não trair a si mesmo, não trair suas concepções de certo e errado. E, acima de tudo, acreditar que o que está fazendo vale (ou vai valer - um pouco de pensamento a longo prazo) a pena. Todo o esforço será recompensado de alguma maneira... Tudo que se enfrenta agora é algo que não vai pesar no futuro.
Ilusão? Não sei...talvez, mas todo ser humano precisa de algo em que se apoiar. Não importa a religião ou mesmo se não há religião. Só importa a confiança em tudo que se faz...mesmo na insegurança, é necessário acreditar que se está fazendo o melhor possível...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ser criança outra vez

            Criança.
            Já passou pela sua cabeça ser criança pra sempre?
            Provavelmente já, mas acredito que este não seja um dos seus desejos. Sempre queremos crescer, fazer carreira, arrumar esposo ou esposa, ou então ficarmos solteiros mesmo. Nunca desejamos parar no tempo, ou, se desejamos, gostaríamos que fosse "durante a idade do sucesso". Lá pelos 28, 30 anos.
            Mas você já parou pra pensar em sua infância? Naquela fase, em que não tinha que se preocupar com nada? Nem com estudos, nem com o amor, nem com dinheiro... Apenas tinha que se preocupar em se divertir?Aaah, e como uma criança sabe se divertir. Antigamente, era mais divertido ainda: pular corda, brincar de pega-pega, esconde-esconde, barra manteiga, ciranda-cirandinha, corre cotia, cinco marias...                          Mesmo assim, elas têm, hoje, computador, internet; o que fica ainda mais fácil.
            Mas, além disso, elas têm aquela pureza... Aquele brilho nos olhos. 
            Muitos acham crianças chatas. Eu não. Adoro crianças. Sim, mesmo as "pentelhas"! Todas são tão lindas... E, como eu disse, apenas querem brincar. Nós que somos chatos e negamos isso a elas... Tudo porque sempre temos alguma coisa "melhor" pra fazer: estudar, trabalhar, ficar na internet, ver algum filme...
            E, o engraçado, é que elas sempre têm tempo para nós. Sempre. 
            Coitadas... Talvez pelo mesmo motivo pelo qual as pessoas se apaixonam... Quanto mais desprezamos alguém, mais despertamos o encantamento. Não... elas não teriam essa malícia. Simplesmente sempre estão disponíveis porque gostam de nós.
            Acho que se pudesse escolher qualquer época da vida para ficar presa no tempo escolheria meus seis anos. Mesmo porque dizem por aí que, aos sete, a criança perde todos os anjinhos da guarda e só fica com um.(.-.) Não, não é por isso. É porque com o avanço do mundo, cada vez mais rápido, a informação de tudo passa para crianças mais rapidamente. Não é à toa que meninas de 10, 11 anos ficam grávidas. (O.o') Com seis anos ainda teria aquela pureza, aquele brilho nos olhos (*--*'). Aquela curiosidade... A era dos "porquês", tão divertida para mim, mas tão irritante para os adultos... Tudo seria mais lunático... Pena que as coisas não são assim... Temos que seguir em frente... O mínimo que podemos fazer é deixar com que nossas crianças vivam a infância delas. Pra que ser precoce? Elas já terão que enfrentar muita realidade...