segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O fim inexistente do verbo

Passei tanto tempo querendo, que agora nem sei se quero mais.
Não ter o que se quer e aprender a lidar com isso...
A vida não te mima, você é que mima a vida.
Tem sempre aquela hora que paramos para decidir o que realmente é necessário naquele exato momento, somente para si mesmo. Simplesmente encontrar o que se quer. Uma busca não tão óbvia assim.
E quando finalmente sei o que quero, percebo que quero muita coisa.
A culpa não é minha. É dessa vida imensa. Dessa insatisfação constante.
Faz parte de continuar sendo. Como se é sem nada querer? Precisamos pelo menos continuar não querendo nada, supondo que já tivéssemos tudo o que posteriormente queríamos.
Muita repetição de verbo em um período composto muito longo. Não há como fugir do verbo querer.

Inundarei meus dias com as realizações de meus desejos momentâneos e de longo prazo.
É preciso determinação. Uma palavra que não entra muito no meu vocabulário chamado mente/corpo. Sou meio guiada por impulsos, atitudes que saem naturalmente, sem muito esforço, na maior parte das vezes.
Assim é muito fácil.
Alguém que não me lembro, disse que quanto maior o esforço, mais doce a conquista. É. Faz sentido.
Acho válido tentar pelo menos. Riscar mais uma vez o fósforo do acaso e ver o que acontece. Sim, porque afinal nunca se sabe se no final receberemos mesmo aquilo pelo qual lutamos.
Não custa tentar. Apenas tempo e determinação. Substantivo e adjetivo, acredito, mais valiosos que qualquer capital, mas que existem simplesmente para serem trocados por desejos realizados.
Primeiro plano: dar os primeiros passos para a construção dos acasos dos dias.

domingo, 14 de agosto de 2011

A maldição do ilimitado

Quando passo muito tempo no meu quarto, fechada em casa, sem enxergar a imensidão do mundo lá fora, é como se a minha vida se limitasse a isso, apenas imaginar um futuro. Eu não tenho noção nenhuma de qual é o meu limite.

Quando olhamos para além do presente, enxergamos aquele oceano sem fim, cheio de oportunidades, no qual aparentemente teremos que nos virar com nosso pequeno bote, sozinhos. Mas na verdade não é bem assim. Não navegamos sozinhos. Nosso bote é na realidade um navio e nunca vamos conseguir levantar a âncora sem a ajuda de alguém. Não sabemos ao certo como chegar onde queremos e é por isso que navegamos juntos, aprendendo o caminho.
Nosso destino, no entanto, é individual. Para onde decidir ir, essa é a parte mais difícil. Como escolher uma só carreira? Uma só pessoa? Uma só vista da janela? Como escolher dentre o infinito de possibilidades, um só destino?

Metamorfose às avessas

Adolescência. Dizem que é uma fase em que o jovem está em constante mudança. É, não parece ser mentira. Desde o começo do ano, na verdade desde minha primeira aula de filosofia, passei a pensar em quem eu sou realmente.
Acontece que eu acabei me tornando em alguém totalmente diferente de quem eu era ano passado[e foi só agora que eu percebi isso]. Pra maioria das pessoas que convivem comigo isso foi ótimo, porque, dizem elas, eu passei a viver. Nessa semana, porém, descobri que perdi minha essência. Coisas com as quais concordava passei a discordar. Sim, o ser humano é contraditório, mas a ponto de mudar radicalmente?
A simplicidade das coisas tinha perdido a graça pra mim. Logo eu, que dois anos atrás cheguei a fazer uma lista com as 7 melhores coisas do mundo, todas simples, como "achar dinheiro no bolso da calça".
Parei de dar importância pros meus amigos. Mas, sinceramente, embora tenha me afastado deles, essa última semana me fez perceber quem realmente os são. Aqueles que largaram TUDO [literalmente] pra ficar comigo nesse momento de crise. O engraçado, é que pela primeira vez o que meus pais sempre disseram se pôs em prática: "Amigo é dinheiro no bolso e saúde"; ou seja, você só perceberá quem realmente liga pra você quando estiver mal. E, acredite, é verdade que dizem que pessoas BEM próximas a você não largariam tudo pra lhe ajudarem, pelo contrário.
Histórias a parte, tudo isso fez bem pra mim.
Sabe quando você se submete tanto que acaba deixando de ser você mesma? Foi exatamente o que aconteceu comigo. Mas por pura escolha minha, não por falta de opção nem imposição.
Meu objetivo é recuperar essa essência, voltar a ser aquela mulher forte e dura, mas sem esquecer dos sonhos de menina. Voltar a aproveitar as boas coisas da vida e parar de se importar com a chuva caindo no cabelo (sim, isso foi o cúmulo pra mim. Eu nunca tinha ligado pra isso antes). Subir nas árvores e não estar nem aí pros outros (obrigada, Fe!). Ouvir histórias do máximo de pessoas possíveis. Chorar vendo um filme romântico. Voltar a ter aquela vontade interminável de estudar até não aguentar mais.
Odeio crises, mas esta pela qual passei foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos 17 anos. Pela primeira vez, eu cresci muito. Passei a dar mais valor às coisas em que acreditava antes. Descobri que tudo tem sua hora, não adianta adiantar nada, isso só piora as coisas. E o mais importante: Reaprendi a amar uma pessoa pelo que ela [realmente] é: Juliana Moreira Vissechi.