quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nomes

            Normalmente, quando não sabemos o significado de algo ou queremos saber mais sobre alguma coisa, 'jogamos' a palavra ou assunto no Google. O problema é quando você coloca a mesma palavra várias vezes; o que acontece comigo, que coloco o meu nome no 'blank' de lá sempre...
            A pergunta "quem sou eu?"- mesmo com meu ser tentando livrar-se dela-, incansavelmente , volta à minha mente.
            "Ah, não se preocupe, com o passar dos anos você descobre!"; "Busque seu interior, só assim você saberá quem é!"; ou até "Diga-me com quem anda que lhe direi quem você é", são típicas frases clichês que servem para esconder o fato de alguém descobrir que é ninguém.
            Não importa ser alguém. Sempre buscamos além. Queremos ser reconhecidos, prestigiados pelo que fazemos. A ideia de ter o próprio nome no Google, estampado com todos os feitos de sua vida, é inútil e pode até parecer coisa de criança, mas, acredito eu, demonstra o que uma pessoa representa: fracasso ou sucesso.
           É nele que a gente sempre descobre atitudes por trás daqueles nomes.
           Talvez pelo fato de sempre querer ser alguém importante que eu coloque meu nome lá e aperte Enter. Ou então apenas porque queira descobrir o que este nome, dentre tantos outros, representa. 
           Só sei que, até descobrir, continuarei usando esse buscador. Afinal, é para isso que ele serve, não é? 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Escolhas...

              Não me lembro direito o que tinha ido fazer na cidade, mas sei que teria que voltar com meu irmão, que estava fazendo inglês. Seu professor, que por coincidência dava aula para mim também, chamou-me para assistir à aula. Aceitei.
              Começou a chover torrencialmente, mas não tinha jeito, assim que acabasse a aula teríamos que pegar aquele ônibus. Do contrário, esperaríamos mais uma hora e pouco para o outro chegar.
              A primeira bondade do dia surgira. O professor, de bom coração que possui, emprestou-nos seu guarda-chuva. Não se importou caso se molhasse ao ir pra casa, apenas nos deu o objeto protetor. 
              Saímos correndo para pegar o ônibus mas, no caminho, surgiu uma ideia: pagar um táxi. Era isso, essa era a solução: um táxi. 
              Como de costume, encontramos as meninas que moram aqui em casa, por serem filhas dos caseiros, e lhes oferecemos carona, sem ter que pagar, é claro. Uma nem se manifestou, por não ter escutado, acredito. A outra disse que de modo algum aceitaria, que não precisava, iria de ônibus mesmo. Devido ao que a garota nos disse resolvemos ir de ônibus mesmo. Desistimos do táxi. Ela tinha razão, pra que gastar dinheiro à-toa? Não bastava o ônibus que, agora, estava em ótimas condições? 
              Durante o caminho, como de costume, apreciava as paisagens, o que de carro nunca o fiz. Lá estava eu, na quietude do momento, apreciando o verde quando, de repente, senti alguém me cutucando e dizendo:
              - Olha lá, Ju! Olha, olha! 
              Sim, meus caros, era ela, a menina, aos beijos com um menino. Não me importei com o fato de ela estar "ficando" com outro menino, mas percebi o porquê da recusa de carona.
              É, eu pensando que ela estava recusando o 'luxo', a mordomia, mas não, apenas dizia não porque já tinha planos.
              Comecei a rir. Fôra tão inocente que tinha que rir. Agora teria que subir aqueles morros... Mas tudo bem, não me importava. Pelo menos tinha dado boas gargalhadas...



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Alí onde a onda quebra

A maresia dessa vez me fez bater com a cabeça na pedra. Aquilo foi mesmo uma onda ou eu sonhei que ela realmente existiu? Eu sei que agora minha cabeça dói e aquela sensação de acontecimento inesperado, de frio na barriga, pode ter sido ilusão. Não sei. A culpa pode ter sido minha e é isso o que mais me rodeia além de toda essa água e de toda essa desidratação. Voltei a ficar parada no meio do mar.
Para quê ter esperado tanto? Eu não sei nadar.

domingo, 21 de novembro de 2010

Parasita

Sentir calma já não faz sentido. O que é isso que a gente sente e que vai derretendo lá dentro do estômago causando enjôos?
Ser uma metade, rachar-se entre duas hipóteses.
Jogar o dardo da fortuna sem se estar certo do acerto.
Odiar a si mesmo por ter perdido para o sentimento mais popular do mundo quando nada te impediria de ganhar. Aí você percebe: se não pode com ele junte-se a ele.
E a liberdade? Vai pelo ralo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Idade

Perdendo a fé. Já tive essa sensação antes. Basicamente? É horrível.
Existe o quê afinal? Uma espera, um preparo, uma perda de tempo.
Quanta falta de perspectiva. Quanto falta de fé.
Desejar o quê? O que eu quero para mim eu nunca soube. Algum dia quem sabe descubra. Agora não. Agora eu só vejo esse nada na minha frente. Sem futuro, sem presente.

domingo, 7 de novembro de 2010

Simplicidade

            Estava eu perambulando pelos sites da internet quando me deparei com um blog diferente... Algo que ainda não tinha visto. Era uma espécie de confessionário, mas agradável. Daqueles que nos faz refletir sobre a vida.
           Lembrei-me de como costumava ser, de como era feliz, de bem com a vida. Qualquer coisa pra mim estava de bom tamanho... A simplicidade reinava sobre mim e eu estava contente com isso.
          Cheguei, inclusive, a fazer uma lista sobre as sete coisas que eram as melhores do mundo: Achar dinheiro no bolso da calça, de repente. Sentir o vento em minha face. Acordar mais cedo do que o necessário e descobrir que há mais tempo pra dormir. Tomar banho de chuva... Pisar na areia e senti-la entre os dedos. Tocar violão e, principalmente, rir de mim mesma.
          É interessante como esquecemos rapidamente daquilo que realmente importa. Mas é como Jean-Jacques Rousseau disse: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe".
          Ao invés de estarmos preocupados com a simplicidade da vida, apenas nos importamos  com o que a sociedade nos impõe: futuro emprego, carro, casa...
         Seria tão melhor ficarmos à mercê da vida. Conhecer pessoas, lugares, comidas, adquirir experiências...
         Hoje, as pessoas apenas se preocupam em ficar cheias de dinheiro... Mas, como disse uma pessoa querida que conheci ontem, elas esquecem de ficar ricas de conhecimento, amor e felicidade... Infelizmente, parece que elas não são tão ricas quanto dizem ou querem ser...
         Os atos simplórios são esquecidos... 
         Mas não me extraio deste meio... Voltei a ser o que em um passado distante eu desprezara...  Felizmente, porém, sei que ainda tenho tempo para recomeçar do zero. Tenho tempo de reorganizar a minha vida novamente e fazê-la valer a pena.
        Pra que ficar agindo pros outros? Pra essa sociedade fajuta? A vida é tão simples, mas nós sempre tendemos a complicá-la... 
        A vontade agora é de botar o pé na estrada e sair por aí... Conhecer o mundo!
        Sei que não vai ser fácil fazer isso de uma hora pra outra... Mas pelo menos esse sentimento de nostalgia me fez lembrar quão importante era a simplicidade pra mim, e agora só basta retomá-la... Sentir a vida novamente... É... só basta escolher o caminho certo outra vez...  


     


         

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Assim seja

            Gostaria de poder culpar alguém... De dizer que foi outra pessoa que fez isso comigo... Que devido à ela eu tenho este medo, tão presente em meus pensamentos...
            Mas não... Esta escuridão, que pesa tanto em meu ser, foi e é escolhida por mim. Eu prefiro que seja assim, sem ilusões, sem suposições, sem graça.
            Sendo assim, a dor não mais estará presente e a dúvida tampouco.
            As consequências? São muitas, sei disso, mas não me importo. O controle, que outrora esteve tão longe de minhas mãos, volta; e minha mente pode finalmente ser dominada.
            É preferível.
            Infelicidade, seja bem vinda.

sábado, 23 de outubro de 2010

Maresia

Amo acontecimentos inesperados, qualquer tipo. É como ficar lá parada no meio do mar quando não vem onda nenhuma, só esperando alguma passar pelo seu corpo e você acompanhar nadando ou então te derrubar, fazendo você virar cambalhota, te dar aquele frio na barriga e ir embora com a correnteza.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Desejo

"Desejo primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde magoa. Desejo pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar. 
Desejo também que tenha amigos, que mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar, E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos; Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro. 
Desejo depois que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. 
Desejo ainda que você seja tolerante; não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros. 
Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais, e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que sendo velho não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós. 
Desejo por sinal que você seja triste; não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra que o riso diário é bom; o riso habitual é insosso e o riso constante é insano. 
Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustificados e infelizes, e que estão à sua volta. 
Desejo ainda que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal; porque assim, você se sentirá bem por nada. 
Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore. 
Desejo outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "Isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem. 
Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você, mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar. 
Desejo por fim que você sendo um homem, tenha uma boa mulher, e que sendo uma mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar. 
E se tudo isso acontecer, não tenho nada mais a te desejar." 

Victor Hugo 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Refúgio

            Meu corpo logo se desfaria e a vida não seria tão macabra.
            Talvez, porém, minha alma não fosse para onde outrora fora tão almejada...
            Mesmo assim, este seria meu único refúgio... Só então poderia ser livre...
            O peso que carrego, o fardo, prontamente se desvaneceria... eu ficaria mais leve.
            A liberdade tomaria conta do meu ser e o sofrimento acabaria.
            Engana-se, pois, aquele que diz que falta minha pessoa faria... Talvez nos primeiros dias, semanas, ou meses até... Mas não mais que isso. Lembrariam de mim por alguma piada, por alguma frase marcante... E, no final das contas, apenas seria lembrada em duas datas... nos meus dois aniversários...
             É, acho que não é uma má ideia...
             Tudo seria mais fácil, tanto pra mim quanto pra você...
          

sábado, 2 de outubro de 2010

A finalidade

Eu não sei se é porque quando fico muito tempo no computador começo a criar melodramas na minha vida ou se é realmente o que eu sinto. Tenho sérias dificuldades em dissociar os sentimentos criados, os dramas, dos sentimentos verdadeiros, da realidade, se é que dá para saber com toda a certeza quando um sentimento é real ou não.
O caso é que eu sinto falta do passado. É como se existisse um buraco imenso onde todas as pessoas e tudo o que elas acrescentavam na minha vida, deveriam estar, só que não estão, porque por alguma razão ao longo do tempo os laços que eu tinha com cada uma foram meio que afrouxando e quando eu me dei conta tinham se desfeito completamente.
Não sei explicar exatamente do que eu sinto falta, mas é uma falta grande, um buraco enorme e não dá para preencher de forma tão simples com novas amizades porque ninguém pode substituir ninguém, porque pessoas são insubstituíveis.
A gente tem várias fases na vida e cada uma é feita de amizades e momentos que vêm no pacote, que vão nos transformando, deixando lembranças. Chega uma hora  em que as fases terminam, por um motivo específico, por um motivo que a gente não sabe bem ou por vários, mas enfim, terminam, nos deixando uma tremenda cesta básica de nostalgia, que ao contrário de uma cesta básica normal, nos consome.
Isso é o que há de mais triste no fim de uma fase, a saudade daquele pacote que vinha com as pessoas e claro, das próprias pessoas. O que não é novidade para ninguém. Mas o que dói mais nessa saudade é saber que nada nem ninguém possa te fazer reviver aqueles momentos, possa refazer a ligação que você tinha com aquelas pessoas, porque sem melodrama, cada momento é único e cada ligação que você perde, você perde para sempre.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jovens estudantes

Aposto que todas as pessoas da minha idade que estão lendo esse texto sentem aquele peso na consciência por saber que podia ter estudado e podia estar estudando mais...mesmo eu, neste momento, devia estar estudando para as minhas provas bimestrais... O consolo é que é difícil pra qualquer ser humano que tenha outras coisas aparentemente mais interessantes pra fazer, como mexer no computador, ouvir música, conversar com os amigos, brincar com o cachorro, sei lá.....vcs sabem tão bem quanto eu que, pra não estudar, qualquer desculpa acaba sendo válida....sempre dá uma fominha, uma vontade de tirar um cochilo....mas o estudo não deve ser deixado tão de lado e nem deixado pra última hora. O melhor a fazer é não pensar no q tem q fazer e sim no q vai fazer. Pára de enrolar (vale pra mim, ninguém acredita mas eu sou vagabunda rsrs) e pega nos livros...a gente enrola tanto e quando vai ver nem é tão ruim assim. Porque ir estudar de má-vontade também não dá muito certo...não rende nada...mas tente encontrar algo de interessante no meio das palavras, dos números....e, embora as pessoas zoem os nerds, dá prazer ir bem nas provas, não se sentir inútil por um instante ao bater o olho naquela nota bonita e pensar que você está utillizando bem toda aquela fortuna que os seus pais gastam com a escola (pra quem estuda em escola particular)....sabe, o dinheiro que eles gastam com você é investimento! Vê se não desperdiça.
Eu não sou a pessoa mais estudiosa do planeta mas também me esforço satisfatoriamente...porque me dá um desgosto ver tanta gente vagabunda gastando uma fortuna e repetindo de ano! Caramba, não joga o dinheiro no lixo então, doa pros pobres então, sei lá.
E pra quem quer melhorar, valem alguns conselhos simples:
-Use a agenda! Anote TUDINHO nela, inclusive matéria de provas, lições, festas, shows, médicos, sei lá. Tudo! Porque assim você cria o hábito de usá-la.
-Faça as lições. Assim na hora de estudar pra prova já vai estar tudo mais ou menos na sua cabeça
-Encontre-se com amigos estudiosos e fique a tarde inteira fazendo exercícios, com calma....comigo funciona! O negócio rende e não fica tão chato e cansativo, além de todo mundo poder se ajudar.
-Faça resumos pra estudar! Não há coisa mais cansativa e que ajuda tanto quanto isso. Principalmente em humanas.
Bom, o negócio é tentar ir criando o hábito...afinal, o vestibular vem chegando e você não vai querer não passar e pensar que poderia ter feito mais, certo?

Vento

-Queria ser como o vento...
-Como o vento? Pra quê? Na maioria das vezes só atrapalha! Bagunça o cabelo, traz poeira para os olhos...
-Engana-se... Queria eu ter o poder de movimentar as nuvens; dar vida às plantas levando seus esporos às condições ideais de germinação... queria eu poder acariciar aquela pele...
-Você é um romântico!
-Pode ser... Mas o vento... O vento é uma das quatro essências...
-Pobre louco!
-O vento é leve, sensível... Como você pode não gostar dele?
-Vou-me! Continua com as suas loucuras longe de mim!
-Posso até ser louco, mas pelo menos enxergo a vida com outros olhos e, graças a isso, ela tem graça. Eu é que tenho pena de você, que não passa de um clichê da sociedade... Pobre alienado...

domingo, 19 de setembro de 2010

Complicada e perfeitinha

A vida é cheia de complicações? ou somos nós que a complicamos?
Escolho a segunda opção. Nós somos seres complicados desde quando nascemos, afinal por que não chegar ao mundo normalmente?...não! vamos complicar um pouquinho, e assim nascemos de cabeça pra baixo.
 É ai que eu pergunto...por que precisamos ser assim? seres inconstantes e complicados. Por que não conseguimos falar o que sentimos ou o que pensamos para aquela pessoa especial com a mesma facilidade que batemos um papo com os amigos? Por que sentir medo de fazer uma prova de matemática cheia de x,y e zs se estudamos até rachar a cuca? Por que ter medo de quebrar a cara amando loucamente alguém? Por que não falar o que simplesmente vier na cabeça? Por que? Por que? Por que?
Porque como uma amiga minha sempre diz ... "A vida sem essas complicações e incertezas não teria a mínima graça!"

A arte de brincar

           Desde pequena sempre tive muitos bichinhos de pelúcia.
           Alguns emprestei e nunca recebi de volta; outros dei; mas aqueles especiais mesmo, ainda os tenho, e faço questão de deixá-los em cima da minha outra cama, pois são como gente-para mim, é claro. 
           O que você deve estar imaginando é o porquê de guardá-los ao invés de dá-los para os necessitados, já que, na minha idade, tê-los não é algo tão comum. Pois para mim, eles têm vida.
           Ao jogá-los no chão, quando alguma amiga vem em casa para dormir, fico pensando: "Será que eles estão bem? Será que eles estão conseguindo respirar?"
           E quando saio do meu quarto imagino: "Sobre o que eles devem estar conversando? Será que estão falando de mim?". E neste momento volto correndo para pegá-los de surpresa, mas nada consigo. Então penso: "São muito espertos, sabiam que eu chegaria!"
           Hoje, meu irmão pegou  Pluto (aquele que eu recebi da minha irmã quando ela nasceu) e deu pra o meu gato brincar. Fiquei desesperada! Apesar de ser um cão, pensei eu, deve estar morrendo de medo! E logo passei a gritar com meu irmão para devolvê-lo para mim. Coitado, o gato machucou meu querido Pluto...
           Mas volto à questão inicial... Por que me preocupo tanto com eles? São apenas bichos de pelúcia! A resposta é uma incógnita... Ou melhor dizendo, até penso o que possa ser... Na verdade, acredito que, se não acreditar que eles têm vida, eles possam morrer. 
Agora, como alguém que não acredita em superstição pode acreditar em algo que não tem fundamento nenhum?
           Não sei...    
           Mas, para mim, na sociedade dos bichinhos de pelúcia tudo é mais feliz, mais simples, sem brigas... Utopia, claro. Mas também, no estágio o qual me encontro quando em comparação com a minha sociedade, qualquer mundo é ótimo, até o do Beleléu - aquele onde todas as coisas que perdemos vão parar.
           Talvez, quando eu seja mais velha, esqueça do mundo deles... Só espero que nunca olvide a essência que eles têm: "A simplicidade das coisas".

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Plano-esférico

 

Quando nos deixamos ser regidos por um script, nos tornamos pessoas limitadas.
O desejo de ser um tipo de script, idealizado, como quando você olha para a imagem de alguém, ou conhece uma personagem nova em um livro, filme, ou mesmo quando conhecemos um tipo de pessoa que nos causa tanta admiração que dá aquela vontadezinha de ser parecido, não faz sentido.
Eu nunca vou ser um tipo idealizado, mesmo porque existem milhares deles dentro de mim e não tem como escolher um só. Se fizesse, seria uma frustrada, por não sair daquele mundinho e daquela personalidade e por não fazer qualquer coisa que fuja dos princípios que a condicionam.
Seria como entrar dentro de um filme ou livro e virar uma personagem plana. Por mais tentador que pareça, não vale a pena. Ser esférica permite ser um pouco de cada tipo, na hora que dá vontade.
Talvez isso seja um tipo de liberdade.  Ou não.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ação-Reação

            É antiga a agressão que as crianças sofrem na escola. Seja por serem mais novas que as demais, por apresentarem diferenças físicas ou até mesmo pela distinção do seu falar.
            Mas, atualmente, este ato de hostilidade tem sido tão corriqueiro que passou a ser estudado, e recebeu o nome de bullying.
            As "brincadeiras" passaram dos limites. Além de ter que aceitar o quão são diferentes, as crianças sofrem agressão física. A que ponto a sociedade foi chegar?
            Acredita-se, pois, que este fenômeno só tem se agravado devido ao que se chama de moda. Se uma menina, por exemplo, estiver um pouco acima do peso que é instituído pela sociedade como padrão de beleza, ela se torna motivo de chacota. Este tipo de agressão é, inclusive, pior do que a física pois, acima de tudo, ela interfere no fator emocional da pessoa e pode acarretar em mudanças de personalidade, problemas de saúde - como a anemia, bulimia ou anorexia -, além do comprometimento psicológico - depressão.
             Estudos comprovam que, geralmente, são os líderes das turmas os pioneiros a incentivar a provocação; e isso se dá pelos mais diversos motivos: por gostar de uma garota e ela não corresponder; pela pessoa ser fisicamente diferente; ou até mesmo por inveja do sucesso que o outro possa fazer e, futuramente, tomar seu lugar como líder.
            A solução seria a implementação de, ao menos, um psicólogo em cada instituto de ensino, seja privado ou público. Este profissional poderia ajudar promovendo a conscientização do paciente, além de diminuir a agressividade do mesmo.
           O local mais adequado seria a escola porque é ela quem constitui a personalidade do indivíduo e é um espaço onde pode ser exercida a tolerância, o respeito ao próximo e a cidadania; visando a resolução de conflitos característicos da sociedade.
           Tomadas as devidas providências, talvez ajudemos a novos intelectuais que, futuramente, poderão construir um Brasil melhor.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Entrar na paralela

A realidade, a mais básica, sempre me irritou. "A mais básica" porque para mim não existe só uma. Realidade não é apenas aquilo que vivemos cotidianamente, quando acordamos de nossos sonhos à noite e começamos a repetir todos os hábitos rotineiros e ver as mesmas cenas, ouvir as mesmas notícias, escutar as mesmas músicas e conviver com as mesmas pessoas.
Essa realidade básica me faz perder o ânimo, "acaba com a minha graça". É só levar aquele beliscão dela que tudo o que eu tenho em mente, tudo o que me faz ir levando a vida numa boa, sem dar crise existencial, perde todo o sentido. Toda a vida que eu sonho em ter, tudo o que eu quero ser, conhecer e descobrir, todo aquele mundo dentro de mim desmorona, por uma simples frase estúpida, um gesto vergonhoso ou uma voz irritante na tv.
Nunca se imaginou de outro jeito ou vivendo num mundo completamente diferente? Não digo mundo no sentido de "um país das maravilhas", mas um lugar diferente do seu habitual. Como mudar de Arujá para um vilarejo perto do Himalaia ou de um gueto no México para a Toscana. Entende? Nunca pensou em mudar ou fugir de tudo? Virar do avesso, como Gandhi  se tornando um Mahatma.
O que me belisca de verdade até me fazer cair no chão, é essa mania das pessoas em se prender a uma só realidade e não largar por nada. Com certeza é bem mais cômodo para viver na mesma sociedade que as acolheu desde o dia em que nasceram. Mas para mim é o pior pesadelo do mundo. Eu simplesmente me recuso a aceitar que exista apenas uma e que eu seja obrigada a viver nela até morrer, do mesmo jeito, com os mesmos defeitos, sendo a mesma de sempre.

Vida: produto sem garantia

Apoio (verbo apoiar conjugado na primeira pessoa e no presente...sim, deveria ter um acento aí) o esforço e a dedicação na vida...se estamos todos aqui, de certa maneira sem escolha [momento filosófico], por que não fazer tudo da melhor maneira possível? Não vou usar o fato de não ter escolhido nascer como desculpa para fazer tudo de qualquer jeito.
Mas mesmo com grande dedicação, nada está garantido, as coisas não vão acontecer como você planeja, como você quer... Tudo que você sempre quis e sempre sonhou e que num instante pareceu tão perfeito pode ir por água abaixo num piscar de olhos... Mas não, isso não deve fazer você jogar tudo pro ar.
Se tudo der errado, ou não acontecer como queria, é porque não era pra ser daquele jeito. Mas não acho que pensamentos como "vai ser se o destino quiser" devam impedir as pessoas de tentarem algo... Não aja como se a sua vida estivesse nas mãos do "destino", não o culpe pelas besteiras que fez e também não tire seu mérito em grandes realizações dizendo que "o destino". Até certo ponto, está tudo em suas próprias mãos. Até certo ponto porque certas coisas realmente não são nossa escolha, então deve-se conhecer esse limite entre aquilo que está ao seu alcance e aquilo que não está.
E, quando tudo dá errado, você pode pensar que você fez tudo que podia, você não deixou de tentar nem por um instante para conseguir o que você queria...você não desistiu. E você sentiu em um momento que era hora de parar.
Mesmo que nada esteja garantido nessa vida, porque você, como eu, deve conhecer várias pessoas maravilhosas que passaram por coisas péssimas; não se deve desanimar ou deixar de tentar... Somos todos iguais, nada está garantido pra ninguém.

domingo, 5 de setembro de 2010

Perfumes

        Estava na varanda, vendo o dia amanhecer, quando senti aquele cheiro de café que só ela conseguia fazer. Ouvi o seu chamado doce para tomar o desjejum. Chamei-a para apreciar o sol nascendo, mas ela me disse que estava terminando de arrumar a mesa.
        Vi-me levantando da cadeira e entrando na cozinha para lhe dar um beijo de "bom dia", além de apreciar o delicioso bolo de fubá que ela havia feito no dia anterior. Sentei-me à mesa e chamei-a para sentar-se ao meu lado. Não podia, tinha que se arrumar. Saiu correndo para o quarto.
        Peguei uma bandeja,  coloquei meu pedaço de bolo e minha xícara com aquele café bem pretinho e com aroma esplêndido e me dirigi ao quarto.
        Lá estava ela com aquele vestido que eu tanto adorava... Sua cintura ficava realçada, e aquele decote nas costas dava-lhe um charme ainda maior. Por fim, seu perfume... Ah, seu perfume... Para mim era arrebatador... Aquela fragrância quando em contato com o meu ser me deixava fora do ar, em outro mundo. Seu cheiro era marcante, viciante; eu ficava descontrolado. Mas não tinha mais o que fazer, aquele cheiro tornou-se apenas mais um perfume guardado na minha memória.
        Peguei-me chorando ao amanhecer. Não pela beleza singular do momento, mas pelo vazio que ele me causava. Eram lembranças, apenas lembranças...

sábado, 4 de setembro de 2010

Qual lente?

Como uma pessoa pode ser obrigada a fazer a escolha certa?
Se você se deixa levar por um caminho, tem a obrigação de estar ciente sobre qualquer possível consequência.
Injusto. Coisas acontecem sem previsão, não por conta de inocência, ignorância, não, elas simplesmente acontecem, estando preparado ou não. Mesmo tomando todas as precauções, mesmo analisando os fatos com um ótimo espírito crítico, qualquer caminho que tomamos tem uma certa probabilidade de terminar errado ou não ser exatamente o que queríamos no começo.
Às vezes não enxergamos o caminho com as lentes certas, mas mesmo com a lente mais apropriada possível, nunca vamos exergar o que há realmente no final do túnel. Podemos ter uma ideia, pelo o que vemos um pouco antes de entrar, mas nunca saberemos se aquilo que almejamos será aquilo que teremos.
É como ter que decidir pelo curso certo de faculdade, perder a virgindade por desejo ou por amor, se casar ou viver livre, solteira e autônoma para o resto da vida, relaxar nos estudos ou ser a melhor aluna da turma e perder toda diversão.
O pior de ter que decidir por todos esses caminhos, é ter que decidí-los na hora errada, ou seja, na adolescência, momento da vida em há mais incerteza, mais perguntas, menos respostas, medo, insegurança e muitas vezes mais despreparo do que qualquer outro momento. É ter que tomar o túnel usando a pior lente possível, sem ao menos ter uma ideia do que há antes dele.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"Better Together" (Jack Johnson)

Com a música "The world that we live in" (The Killers), eu introduzo esse assunto. E sim, esse é o mundo em que vivemos, esse cheio de desigualdades, guerras, ódio; enfim, a ganância buscando o desenvolvimento individual... Nos momentos de reflexão, eu me pergunto "Where is the Love" (Black Eyed Peas), e chego à conclusão de que o egoísmo das pessoas que vivem no regime capitalista é uma espécie de "Supermassive Black Hole" (Muse) que suga a  maior parte do espírito de coletividade.
Qual foi a última vez que você fez algo para alguém sem estar buscando seus próprios interesses? Às vezes ficamos tristes (você nunca teve uma deprê desse tipo?), pensando "How Can I Go On" (Freddie Mercury e Montserrat), querendo descobrir "Somewhere I Belong" (Linkin Park) e "Somebody to Love" (Queen) [us], mas não percebemos que podemos "Change the World" (Eric Clapton) com simples boas ações a nossos amigos e família, ou seja, buscando o bem coletivo.
Na realidade, é tudo muito simples, se você busca o individualismo, "In The End" (Linkin Park), consegue: está sozinho.
Não é que aconteça "For Reasons Unknown" (The Killers), mas esse tipo de pensamento já foi injetado em nós de tal maneira que seguimos esse princípios egoístas sem perceber, e será difícil de fazer com que todos "Open Your Eyes (Snow Patrol)". Entretanto, como [we can] "Never Say Never" (The Fray), "Stop for a Minute" (Keane) e veja que você pode tentar "Breaking the Habit" (Linkin Park).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Que país é esse?

 Acabo de chegar de um restaurante que fui jantar e não sei se digo felizmente ou infelizmente tive a oportunidade de ver o programa eleitoral. Sim! e podem acreditar, uma VERGONHA!! você encontra de tudo, menos alguém que mereça seu voto.
Virou uma palhaçada, slogans como "jovem vota em jovem", "sou candidato a deputado federal....o que que faz um deputado federal?.....na realidade eu não sei, mas vote em mim que eu te conto", "vote no Tiririca pior que tá não fica", ditos respectivamente pela mulher pêra e pelo Tiririca. Mas não para só por ai, temos também concorrendo a deputado federal o Maguila, Marcelinho carioca (jogador de futebol), kiko (cantor do KLB), Ronaldo Esper, Mara maravilha (fazendo propaganda para seu marido), Raul Gil,e muitos outros.
Que país é esse? e depois falam que o Brasil não vai pra frente, também como conseguiríamos progredir com esses "ótimos" candidatos??, mas mesmo com tudo isso continuamos sendo brasileiros portanto não desistimos nunca; um dia quem sabe nós não conseguimos melhorar esse país.
Finalizo assim meu primeiro post com uma música do Legião Urbana:


"nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?"

PS: se quiserem ver ao vivo e a cores o que eu disse  é só ver esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=tfTFZQDwJQc

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cotidiano

Estava com fome.
Dirigi-me então ao bar mais próximo de onde me encontrava.
Pedi uma coxinha e um guaraná. Tive que aguardar, a moça iria fritá-la.
Sentada, comecei a reparar na rua. Havia um cachorro cujo pelo era tão negro que se confundia com a noite. Não era de raça.
Uma mulher começou a gritar para afastá-lo, como se o pobre animal estivesse machucando-lhe profundamente. E o coitado começou a se afastar.
De cabeça baixa voltou à mulher, como se pedindo perdão por um crime que cometera. Pobre animal, mais gritos de desprezo passou a escutar. Não só os da mulher, mas os do homem que a acompanhava também.
Cansou-se. Resolveu ir embora. Não agüentava mais aquela tortura.
A dona desacreditou.
No fim, o coitado virou coitada.



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quatro letras universais

O mundo gira em torno disso porque a vida depende disso. Se aquilo que dá origem à vida fosse algo comum, simples e sem graça, ela não seria tão maravilhosa como é. E é isso que nos torna tão felizes, mesmo não sendo perfeito o tempo todo, mesmo nos dando muito trabalho. Porque se o processo para se criar uma nova vida não fosse difícil, nada faria sentido.


Ás vezes acho que os animais sabem viver melhor do que a gente. Para eles tudo é muito simples, eles vivem as felicidades e infelicidades deles como se fossem as coisas mais normais do mundo e na verdade são. Será que nada é tão complicado assim e a gente que complica tanto?

É difícil não tentar explicar nossos momentos. Eu acho que o que nos diferencia dos outros animais é isso, ter consciência dos nossos momentos e daquilo que a gente sente, podendo explicar racionalmente, mesmo se a explicação que a gente der, não fizer o menor sentido.