segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cotidiano

Estava com fome.
Dirigi-me então ao bar mais próximo de onde me encontrava.
Pedi uma coxinha e um guaraná. Tive que aguardar, a moça iria fritá-la.
Sentada, comecei a reparar na rua. Havia um cachorro cujo pelo era tão negro que se confundia com a noite. Não era de raça.
Uma mulher começou a gritar para afastá-lo, como se o pobre animal estivesse machucando-lhe profundamente. E o coitado começou a se afastar.
De cabeça baixa voltou à mulher, como se pedindo perdão por um crime que cometera. Pobre animal, mais gritos de desprezo passou a escutar. Não só os da mulher, mas os do homem que a acompanhava também.
Cansou-se. Resolveu ir embora. Não agüentava mais aquela tortura.
A dona desacreditou.
No fim, o coitado virou coitada.



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