quinta-feira, 28 de julho de 2011

Abre aspas

(Publicado em 7 de Fevereiro de 2011)


"Eu sei que supostamente deveríamos agradecer pelo o que a gente tem, pelas coisas boas da nossa vida e tals, mas eu vou abrir espaço aqui para desejar tudo o que eu mais quero agora. E que se danem os agradecimentos.

Eu quero um dia daqueles que a gente nunca esquece. Eu quero um melhor dia da minha vida. Eu quero fazer a minha barriga doer de tanta risada, quero me sentir completamente bem comigo mesma e com as pessoas. Eu quero ser admirada. Eu quero mudar para uma casa que dê uma vista bonita para a janela do meu quarto, uma melhor do que esse muro branco encardido horroroso. Eu quero ser conquistada, eu não quero conquistar. Eu quero jogar cartas com pessoas bem dispostas, bons perdedores e bons ganhadores, gente engraçada, de bem com o cosmos. Quero viajar, conhecer gente nova. Quero fazer caridade e me sentir útil. Quero ser ridiculamente alegre, sem me arrepender, sem me preocupar. Quero pular em um pula-pula. Quero estar rodeada de gente que sabe se divertir. Não quero me sentir sozinha. Quero me livrar de autojulgamentos desnecessários. Eu quero sair do meu quarto, conhecer lugares. Eu quero poder fingir não ser eu mesma pelo menos por um dia. Eu quero ser o meu melhor. Eu quero ser ilimitada."


Continuo querendo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Para você

Saudades.
É o que eu sinto cinco minutos após nos despedirmos.
A vontade é sair correndo, te abraçar novamente e fugir com você, pra nunca mais voltar!
Ir àqueles campos (naturalmente encontrados na Europa) e ficar o dia inteiro lá, sem dar satisfação pra ninguém. Só ficar lá, com você.
Queria muito saber como isso é possível, sentir falta de alguém tão prontamente... Mas acho que é aí que está a mágica do negócio... Não saber.
O engraçado é que desde pequena ficava imaginando como é amar alguém, e hoje percebo que a intensidade desse amor não é nem um centésimo do que eu pensava que fosse.
É... Complicado isso, né? Ainda mais admitir... Mas é o que sinto, e não tenho vergonha alguma de mostrar isso pro mundo todo.
Sentir isso é uma maravilha! Pode parecer clichê falar que amar é bom, mas é mesmo, e desejo isso a todos!
Quando estou com você a vontade que tenho é de congelar o tempo, pra ficar te olhando, te admirando...
É.. e hoje é o dia em que comemoramos o seu nascimento. Você diz não ser tão especial, mas pra mim é muito importante. Além de você começar uma nova fase, é quando sua mãe deu a luz a você, o homem que eu amo.
Felicidades. Te amo muito! Um beijo. :)

sábado, 16 de julho de 2011

Biografia ?


Fiquei perdida por muito tempo, querendo saber se eu ainda existia. Talvez seja esse todo o problema.

Perdi  um outro lado muito importante (não diria ter perdido, mas ocultado a maior parte do que eu era), o despojado, do contra, espontâneo, em outras palavras, aquela menina branquela, magrela, cheia de roxos na perna, que não estava nem aí se a roupa iria sujar, se o cabelo despenteava e me deixava parecendo mais um mico-leão-dourado, olhava no espelho e ria. Aquela que lutava judô ao invés de fazer balet, que ao mesmo tempo gostava de trocar as roupas das bonecas e montar casinhas minuciosamente, adorava jogar bola e andar de bicicleta. Que brincava de lutinha com os meninos da escola (e ganhava), mas que também não tinha medo de dar uma joelhada bem dada naquele lugar quando mereciam. Juntava os primos e fazia bagunça, gritaria, tentava evitar os conflitos, pegava os mais novos pelo colo e saia correndo pela casa, andava de patins no corredor, ficava o dia inteiro no vide-game quando todo mundo se empolgava para jogar. Muita coisa que hoje não faço mais. Os dias demoravam a acabar e perder tempo naquela época não fazia o menor sentido.
Fazer o que der vontade sem se importar com bobagens que hoje acabam estragando o potencial da diversão. Qualquer tipo de diversão.
Caso não tivesse guardado esse lado, tudo poderia ser um pouco melhor, mais empolgante e menos frustrante do que anda sendo. Foi como se eu tivesse criado essa vergonha besta de apenas ser, fazer e mais nada.

Ser de verdade é ter coragem para abandonar os preconceitos, receios e vergonhas que isso possa implicar, é aceitar todos os detalhes sobre si mesmo que possam não ser tão incríveis e conseguir achar graça. Senão somos só uma ocupação de espaço, um gasto de energia, um desgaste a mais para a natureza.

Me sinto uma bonequinha de luxo. Eu nunca fui assim. Quero voltar a ser de verdade, com cicatrizes, ir dormir sempre com um roxo novo, como uma marca de que alguma coisa aconteceu durante o dia. Quero ter de volta a vontade de subir no topo do trepa-trepa, sem a malícia, e poder dizer com a absoluta certeza que eu sou a dona do mundo, pelo menos do meu.

                                                                                                                   Go Depp.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vida x Sonho

Tenho acordado bem tarde esses dias e não é só porque estou de férias. 
Acho relevante pensar um pouco nisso, no porquê de escolher ficar na cama até as 4:30 da tarde (absurdo, eu sei ), perder o almoço com a família para depois ter que comer sozinha o macarrão seco esquentado no microondas. 
Qual é a vantagem em continuar na cama por um período muito mais longo do que o normal e acordar com o corpo pesado e sem forças, os olhos inchados e as pernas bambas? Não é muito mais preferível acordar um pouco mais cedo que seja e conseguir aproveitar melhor o dia, mesmo se for para ficar em casa e assistir filme o dia inteiro? A gente sabe que vale muito mais a pena, aparentemente.
Qual é o problema então? Não sei. É que para mim, ultimamente, tanto faz. Acordar só vai me fazer interromper os sonhos que me parecem, naquela hora, muito mais interessantes do que a realidade, que seria não fazer absolutamente nada o dia inteiro. Talvez falte o estímulo, falte o entusiasmo para começar o dia bem e com disposição. Confesso que escolher entre voar livremente na praia e almoçar macarrão com a família é uma escolha muito fácil. Só que há uma sutil diferença, a maior parte daquilo que você sonhou, vai embora pelo ralo da memória assim que você acorda, enquanto o que você vive de verdade, acaba tendo um peso muito maior nas suas lembranças, por mais que aquilo que você tenha vivido não tenha tanta importância emocional.
 Preciso ser um pouco mais forte e pensar nisso cada manhã, antes que eu acabe escolhendo sempre sonhar ao invés de viver.



Presa no trânsito

O problema é a existência.
Uma vez nos disseram que existir é um contínuo ser e deixar de ser. Então sinto muito, mas eu não existo.
Não estou sendo nem deixando de ser nada nesses últimos dias. Parece que viver está fora de área. 
Praticamente não sinto e é como se tudo estivesse em preto e branco e só consiga enxergar as variações de cinza. 
É claro que ainda tenho com o que me admirar, o que sentir, mas o que é uma tv em preto e branco perto de uma em cores? 
Acabaram as explosões de sentimentos, seja angústia, medo, desejo, alegria. Não que eu não os tenha, só não com a mesma intensidade. O problema é ficar vivendo devagarzinho. Eu cansei. Parece que estou do lado parado da rodovia e fico olhando pela a janela a outra em que os carros podem ir na velocidade que quiserem. 
Entupida de esperança e ao mesmo tempo cansada de esperar.