quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Plano-esférico

 

Quando nos deixamos ser regidos por um script, nos tornamos pessoas limitadas.
O desejo de ser um tipo de script, idealizado, como quando você olha para a imagem de alguém, ou conhece uma personagem nova em um livro, filme, ou mesmo quando conhecemos um tipo de pessoa que nos causa tanta admiração que dá aquela vontadezinha de ser parecido, não faz sentido.
Eu nunca vou ser um tipo idealizado, mesmo porque existem milhares deles dentro de mim e não tem como escolher um só. Se fizesse, seria uma frustrada, por não sair daquele mundinho e daquela personalidade e por não fazer qualquer coisa que fuja dos princípios que a condicionam.
Seria como entrar dentro de um filme ou livro e virar uma personagem plana. Por mais tentador que pareça, não vale a pena. Ser esférica permite ser um pouco de cada tipo, na hora que dá vontade.
Talvez isso seja um tipo de liberdade.  Ou não.

Um comentário:

Anônimo disse...

A esfericidade do ser é mais atraente sob o ponto de vista do olhar e do pensar. As pessoas planas (os centenas de milhares que cruzarão nossa existência) também têm seu legado e é ele por nós compartilhado, para o bem ou para o mal. Quem sabe se vc puder perceber que, em todo o plano ha um esférico, perceberá que nem tudo é tão diferente assim. Agora, se há essa multidão que luta, esbraveja, guerrilhea dentro de ti (entre os planos e esféricos) para ver quem sobressai, prefira então a si mesma que será sempre e tanto mais interessante que um ou outro, porque é original.