Acontece que eu acabei me tornando em alguém totalmente diferente de quem eu era ano passado[e foi só agora que eu percebi isso]. Pra maioria das pessoas que convivem comigo isso foi ótimo, porque, dizem elas, eu passei a viver. Nessa semana, porém, descobri que perdi minha essência. Coisas com as quais concordava passei a discordar. Sim, o ser humano é contraditório, mas a ponto de mudar radicalmente?
A simplicidade das coisas tinha perdido a graça pra mim. Logo eu, que dois anos atrás cheguei a fazer uma lista com as 7 melhores coisas do mundo, todas simples, como "achar dinheiro no bolso da calça".
Parei de dar importância pros meus amigos. Mas, sinceramente, embora tenha me afastado deles, essa última semana me fez perceber quem realmente os são. Aqueles que largaram TUDO [literalmente] pra ficar comigo nesse momento de crise. O engraçado, é que pela primeira vez o que meus pais sempre disseram se pôs em prática: "Amigo é dinheiro no bolso e saúde"; ou seja, você só perceberá quem realmente liga pra você quando estiver mal. E, acredite, é verdade que dizem que pessoas BEM próximas a você não largariam tudo pra lhe ajudarem, pelo contrário.
Sabe quando você se submete tanto que acaba deixando de ser você mesma? Foi exatamente o que aconteceu comigo. Mas por pura escolha minha, não por falta de opção nem imposição.
Meu objetivo é recuperar essa essência, voltar a ser aquela mulher forte e dura, mas sem esquecer dos sonhos de menina. Voltar a aproveitar as boas coisas da vida e parar de se importar com a chuva caindo no cabelo (sim, isso foi o cúmulo pra mim. Eu nunca tinha ligado pra isso antes). Subir nas árvores e não estar nem aí pros outros (obrigada, Fe!). Ouvir histórias do máximo de pessoas possíveis. Chorar vendo um filme romântico. Voltar a ter aquela vontade interminável de estudar até não aguentar mais.
Odeio crises, mas esta pela qual passei foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos 17 anos. Pela primeira vez, eu cresci muito. Passei a dar mais valor às coisas em que acreditava antes. Descobri que tudo tem sua hora, não adianta adiantar nada, isso só piora as coisas. E o mais importante: Reaprendi a amar uma pessoa pelo que ela [realmente] é: Juliana Moreira Vissechi.
2 comentários:
E é assim que uma pessoa madura enfrenta as adversidades que nos aparecem durante o caminho. Que orgulho de poder conviver com você amiga.
Ótimo texto =D Não posso aproveitar o post ao máximo simplesmente por não saber o que aconteceu contigo(E nem é preciso que eu saiba, claro), porém, mais importante, creio que entendi a essência (heh) e já passei por experiência similar (Caso seja o que imagino) para poder entender...
Acho que a única diferença é que, vez ou outra, eu enxergo culpa minha em certos casos de abandono, nos quais, digamos, amigos se tornam ex-amigos, pois se trata de uma via de mão dupla, você pode ser abandonado, mas também não se dá o trabalho (por razão qualquer) de puxá-los(as) de volta...
Ah, me parece tão estranho que tenha "perdido sua essência". Talvez ela não era bem o que pensava, ou, quem sabe, ela tenha apenas se transformado... É tão difícil imaginar alguém se descaracterizando tanto, e a tal ponto... (Exceto mediante certos "problemas" mais complicados -e dolorosos e traumatizantes- do que amadurecimento...)
Ah, dúvida: Metamorfose às avessas = Mudança interna, e não externa, é nisso que consiste o jogo de palavras...? Adorei o título, eu -uma anta- demorei um bocado para entender, e só entendi -se é que entendi- bem na hora de perguntar aqui...
"E é assim que uma pessoa madura enfrenta as adversidades que nos aparecem durante o caminho." [2]
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