Eu quero poder criar mais coragem. Pra tudo. Me sinto uma fraca, uma passiva.
Eu quero falar mais foda-se e fazer o que der vontade sem aquela insegurança miserável que todo aquele bando de gente tem, e que me mata de vontade de soltar um ataque de riso no meio daquele bando de gente séria se espremendo para subir a escada do metrô. Aliás, o metrô é o lugar que me dá mais vontade de dar a louca do mundo. Ele é cheio de potencial. E me dá pena daquele bando de gente estagnada com cara de cimento todos os dias, todos os dias, todos os dias, assim que aquela porra daquele sinal vermelho da porta do trem apita.
Mas não é só isso. Quero parar de ter medo de amar. E de mostrar quem eu sou, e de saber quem eu sou, porque quando eu convivo, com qualquer que seja, aquela pessoa nunca parece ser eu mesma, e isso me dá um medo, me dá um medo de me decepcionar de novo, como sempre acontece. E me decepcionar é um fardo enorme, é uma coisa que vem comigo até a hora de dormir.
Então quero amar quem realmente eu quero amar, sem tentar tornar verdadeiro uma coisa que não nasceu verdadeira, que não parece verdadeira, que não sinto de verdade. Porque sei lá se vale a pena ou não quebrar a cara com alguém que obviamente vai quebrar sua cara, só porque você se sente daquele jeito que todos sabem por meio das canções de amor mais piegas que possam existir. Só por isso eu vou me arriscar? Por alguém que não está, no momento, me dando o valor que eu queria? Só porque com ele parece ser de verdade? SIM. Sim, sim porque eu preciso parar de ter medo. Parar de pensar que a vida tem longa duração e que não importa deixar de fazer uma coisa agora porque você ainda tem amanhã e semana que vem e até os 90 anos e o escambau. Não, não vou deixar de fazer o que eu sinto verdadeiro, apesar da contradição filosófica da palavra, só porque eu não tenho medo de morrer amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário